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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Cidades

Mulheres perdem medo de falar e denúncias de violência doméstica aumentam

O número de chamadas para a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) aumentou 32% no ano passado em comparação com 2007. Segundo o coordenador da central, Pedro Ferreira, em 2008 foram feitos quase 270 mil atendimentos. A busca de informações sobre a Lei Maria da Penha, que aumenta a pena para os autores de violência doméstica, cresceu 245%.


Ferreira destacou que os casos de violência doméstica não ocorrem apenas nas grandes cidades, sendo freqüentes também nas zonas rurais e nas florestas, principalmente na Amazônia. A Região Norte é a que apresenta o menor quantitativo de ligações. Ferreira atribui o fato à falta divulgação dos serviços na região.

Ele atribuiu o aumento do número de denúncias de tais casos à mudança de comportamento das mulheres, que vêm perdendo o medo de falar e de buscar ajuda e estão tendo mais informações sobre a Lei Maria da Penha. A sociedade também está mudando e, além disso, a central é um instrumento de fácil acesso e gratuito para todo país, disse ele, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional AM.

O atendimento evoluiu, e a central, hoje, atende os mais variados tipos de público, destacou Ferreira. As mulheres procuram o atendimento tanto no momento em que sofrem a violência quanto dias depois. Às vezes, nem sempre é a mulher agredida que faz a ligação. Pode ser uma vizinha, uma amiga ou até mesmo os filhos.

Ele explicou que os atendimentos procuram dar acolhimento a essas mulheres. “As operadoras estão preparadas para acolher a pessoa, seja qual for a situação que ela esteja passando.” O atendimento é diferenciado, de acordo com cada situação. Se for necessária ajuda imediata, a pessoa que telefonou é orientada sobre como proceder e onde buscar auxílio.

Ferreira ressaltou que algumas mulheres não denunciam a violência de imediato, esperando por “um momento de coragem” para procurar a central. “Quando a mulher já sofre algum tipo de violência e a demora denunciar, recebe orientação sobre seus direitos e sobre os serviços que estão disponíveis para ela.”

As mulheres que sofreram violências são, então, encaminhadas pelas secretarias de atendimento locais para empregos e cursos pra que possam recomeçar a vida: “Buscamos no governo local oportunidades de inserção dessas mulheres na sociedade.” Ferreira observou que a central procura dar atendimento personalizado a quem procura ajuda.

Para ele, o combate à violência contra a mulher exige mudanças no comportamento da sociedade, pois muitos ainda pensam que não devem se meter na briga dos outros e, com isso, acabam encobrindo agressões ocorridas à sua volta. “É preciso entender que a violência doméstica familiar não vai terminar com o denuncismo em massa, mas denunciar é importante para que a mulher possa viver sem violência, com dignidade. Isso não depende só dela, mas de toda a sociedade.”

A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) é ligada à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República,

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