A economia americana pode piorar antes de se recuperar, inclusive com a rápida intervenção do novo Governo para estimulá-la e salvar instituições financeiras, advertiu hoje a Casa Branca.
O estado atual da economia é pior do que tínhamos pensado e a cada dia piora, disse o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no programa "Face The Nation" da rede "CBS".
"Iniciamos a corrida e estamos correndo, mas (a situação) piorará antes que melhore", advertiu Biden, que rebaixou assim as expectativas geradas em torno do novo plano de estímulo de US$ 825 bilhões proposto pelo Governo e que está negociando atualmente com o Congresso.
Enquanto isso, o Congresso autorizou o presidente, Barack Obama, a usar os restantes US$ 350 bilhões do plano de resgate aprovado pela administração Bush, apesar das críticas de legisladores sobre como foi gastado o primeiro montante.
Inclusive está disposto a facilitar fundos adicionais para resgatar bancos que lutam por evitar a quebra, sugeriu hoje a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, no programa "This Week" da rede "ABC".
Pelosi disse que provavelmente se requereria algum investimento adicional aos US$ 700 bilhões aprovados no ano passado para devolver a estabilidade aos bancos e reativar os empréstimos.
Isso, ressaltou, nesse caso, o Governo deveria receber ações em troca e transferir a receita aos cidadãos para compensá-los de alguma maneira.
Timothy Geithner, a quem Obama nomeou como secretário do Tesouro e que depende de o Senado confirmar sua designação, afirmou na semana passada que, por enquanto, o Governo não planeja pedir mais dinheiro ao Congresso.
O novo plano de estímulo no qual trabalham o Governo e o Congresso prevê que dois terços dos fundos serão destinados a investimentos e o resto a cortes de impostos.
O objetivo é criar ou evitar a perda de entre três e quatro milhões de empregos.
Se for aprovado, Obama quer que isto aconteça antes do dia 16 de fevereiro, seria o maior plano de estímulo aprovado nunca nesse país.
Os democratas procuraram diminuir as expectativas e insistiram em que a crise não se resolverá da noite para o dia.
O diretor de Economia Nacional da Casa Branca, Lawrence H. Summers, ressaltou que os problemas não surgiram em um dia, em uma semana, um mês ou inclusive em um ano e não serão resolvidos tão rápido.
Afirmou no programa "Meet the Press" da cadeia "NBC" que "inclusive se nos movimentamos o mais rápido possível na hora de impulsionar a economia, também temos que procurar que tenhamos um plano adequado que nos sirva no tempo".
O assessor de Obama afirmou que o Governo poderia enfrentar uma despesa de mais de US$ 1 trilhão para estimular a economia e resgatar instituições financeiras, mas também disse que terá que manter uma disciplina fiscal uma vez a economia se recupere.
Também se mostrou a favor de acabar com os cortes de impostos autorizados por Bush para os cidadãos que ganham mais de US$ 250.000.
Em ao lado oposto, os republicanos reivindicam maiores cortes tributários e consideram que os projetos de despesa do plano de estímulo não poderiam ser levados a cabo suficientemente rápido para que tenha um efeito positivo na economia.
O líder da minoria republicana na Câmara Baixa, John Boehner, destacou que os Estados Unidos não vão voltar ao caminho da prosperidade emprestando e gastando dinheiro.