O preço do petróleo apresentou avanço de mais de 3% hoje em Nova York, puxado pelo fim do prazo dos contratos futuros --o atual se encerra na terça-feira-- e pelos pacotes de ajuda do governo americano aos bancos Citigroup e Bank of America.

Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de petróleo bruto tipo WTI para entrega em fevereiro avançou 3,14%, para US$ 36,51.

Os investidores ficaram atentos aos novos passos do governo americano em relação à crise financeira. Hoje, o Tesouro americano informou que irá empenhar US$ 439 bilhões para ajudar o Bank of America e o Citigroup.

O BofA recebeu mais US$ 20 bilhões do governo para ajustar sua contabilidade, depois da compra do Merrill Lynch. O Departamento do Tesouro investirá em troca de ações preferenciais com um dividendo de 8% na instituição. Já o Citi anunciou que concluiu os detalhes da garantia (chamada de "Loss Sharing Program", ou "Programa de Partilha de Prejuízos") de US$ 301 bilhões que irá receber para cobrir eventuais perdas com empréstimos e títulos lastreados em títulos ligados ao mercado imobiliário residencial e comercial, créditos ao consumidor e outros tipos de títulos de dívida.

Além disso, os contratos futuros da commodity para fevereiro expiram na terça-feira, e o contrato para março passa a ser o de referência daí em diante. Tradicionalmente os preços avançam nestas ocasiões.

No começo das negociações, o preço chegou a recuar devido à redução da previsão da demanda mundial para 2009 realizada pela IEA (Agência Internacional de Energia) em consequência da crise econômica. Se confirmada, seria a primeira contração da demanda durante dois anos consecutivos desde o período entre 1982 e 1983.

Em seu relatório mensal, a IEA revisa a previsão de demanda mundial em 2009 para um milhão de barris por dia a menos, a 85 milhões de barris por dia. Desta maneira, o consumo de petróleo deve registrar contração de 0,6%. A entidade também reduziu a estimativa de demanda mundial em 2008, que teria sido de 85,8 milhões de barris por dia, com uma contração de 70 mil barris diários (-0,3%) em comparação com 2007.