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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Evo e oposição declaram vitória em referendo boliviano

O presidente da Bolívia, Evo Morales, e os governadores da oposição se declararam vencedores no referendo realizado ontem no país. Segundo contagens extraoficiais, foi aprovada a nova Constituição apoiada por Morales, porém o resultado mostra um país dividido entre regiões e classes sociais. Duas emissoras de televisão afirmaram que o "sim" ganhou na contagem nacional, mas perdeu em quatro Departamentos (Estados) liderados por governadores autonomistas. Em outros quatro Departamentos o "sim" ganhou com margem folgada.


A emissora ATB informou que o "sim" ganhou com 58,7% dos votos e o "não" ficou com 41,3%. A emissora PAT sustentou que a Carta foi aprovada com 61%, e 39% dos eleitores a rechaçaram. A margem de erro do levantamento feito pela ATB é de 3 pontos e da PAT, de 5 pontos. A polarização se mostra também entre o campo e a cidade. Segundo a emissora ATB, o "sim" é apoiado por 52% da população nas zonas urbanas, ante 48% do "não". Já no campo, a nova Carta possui 88% de aprovação.


"Aqui ninguém perdeu, todos ganhamos e ganhou a Constituição", disse Morales na noite de ontem, durante uma saudação a centenas de partidários. O presidente boliviano disse que com a nova Constituição "se acabou o colonialismo interno e externo". Ele pediu aos governadores oposicionistas que trabalhem com o governo para implementar a reforma, tarefa que os analistas consideram complicada. O presidente do país previa um triunfo tranquilo do "sim", após vencer o referendo revogatório em agosto do ano passado com 67% dos votos.

Os opositores saíram para festejar a derrota da Constituição em seus Departamentos e advertiram o governo que se tentar impor a norma haverá resistência. "Ninguém pode negar que temos uma Bolívia com duas visões e precisamos encontrar um pacto de unidade", disse o líder cívico Branko Marinkovic em Santa Cruz, Departamento que é o principal reduto oposicionista.

O governador de Santa Cruz, Rubén Costas, defendeu a posição adotada por seu Departamento. "O 'não' não pode ser negado pela soberba do governo. Nossa resistência será legal e pacífica. Se impõem (a Carta), encontrarão resistência." O governador de Tarija, Mario Cossío, disse que o governo "tem a obrigação de construir acordos com a outra metade do país".

Analistas afirmam que a oposição recuperou terreno após a derrota em agosto. Com isso, há uma situação de equilíbrio para as eleições de dezembro, ainda que os oposicionistas não tenham um líder de projeção nacional. "Ganhou o governo com sua Constituição, mas também ganhou terreno a oposição", disse o analista político Reymi Ferreira. A Corte Nacional Eleitoral anunciou que a contagem oficial estará concluída nos próximos dias. As contagens rápidas são baseadas em resultados das seções eleitorais.

Apuração

Segundo os resultados extraoficiais, o "sim" à nova Constituição venceu em La Paz, Cochabamba, Oruro e Potosí. Já o "não" venceu em Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, governados por opositores e onde a autonomia tem grande apoio. Em Chuquisaca, a disputa é bastante equilibrada. A votação se realizou em um clima tranquilo, apenas com casos isolados de violência, segundo observadores internacionais e autoridades locais.


A oposição afirma que a nova Carta não expressa a vontade de todos os bolivianos e favorece indígenas e campesinos, além de ser estatista. Morales rechaça as críticas. "A Constituição se fez não para excluir nem para marginalizar ninguém, mas para que os originários milenários (indígenas e campesinos), que somos muitos, se juntem aos originários contemporâneos (brancos), que são poucos, mas com muito dinheiro", disse ele, no sábado.
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