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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Apoio do PDT a Temer enfraquece ''bloquinho''

O possível apoio do PDT à candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados poderá abalar o bloco de esquerda, composto por PDT, PSB e PCdoB, e enfraquecer uma candidatura destes partidos em 2010. Caso oficialize a saída da base de apoio do candidato Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o PDT deverá deixar o bloquinho parlamentar.


Presidente licenciado do PDT e integrante do governo federal, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), defende que seu partido siga a orientação do Palácio do Planalto de apoiar Michel Temer, mesmo que isso desestruture o bloco de esquerda. Para Lupi, a finalidade do bloquinho " esgotou-se " e o PDT deve procurar " autonomia " e " independência " . Os três partidos, mais o PMN e PRB, aproximaram-se em 2007, para apoiar Aldo Rebelo, então candidato à presidência da Câmara, e para " ocupar espaço na Mesa Diretora " . " Esse objetivo já acabou. Agora é um novo momento " , disse Lupi.

O ministro, entretanto, ponderou que a eventual dissolução do bloco na Câmara não impedirá o lançamento de uma candidatura única na sucessão presidencial. " O bloco é parlamentar, não partidário. Vou trabalhar para que a gente esteja juntos nas eleições de 2010 " , disse.

A direção do PDT se reunirá no dia 21 para oficializar apoio a um candidato. Com a possibilidade de esvaziamento de sua candidatura, Aldo Rebelo passou o dia de ontem fazendo campanha com o também candidato Ciro Nogueira (PP-PI). Os dois trabalham para levar a disputa ao segundo turno.

Para Aldo, o bloco será mantido nesta legislatura. " O bloquinho não se esgotou. Foi o único bloco que sobreviveu " , defendeu. O ex-ministro e deputado Roberto Amaral, vice presidente do PSB, também procurou minimizar as divergências entre os partidos de esquerda. " Vamos conversar até o último momento com o PDT. O bloco saiu fortalecido das eleições municipais e será mantido. "

A menos de um mês para a eleição na Câmara, os candidatos transformaram em evento de campanha a posse de oito novos deputados que assumem os cargos como titulares em substituição a deputados eleitos prefeitos. Estavam presentes Aldo, Temer, Ciro e Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Enquanto a candidatura de Temer, presidente do PMDB, se fortalece na Câmara, no Senado o pemedebista Garibaldi Alves (RN) não crê que sua candidatura será questionada judicialmente antes da eleição de fevereiro. Em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti, disse que a candidatura de Tião Viana (PT-AC) está sedimentada pela insegurança jurídica quanto aos reais direitos de Garibaldi.

O pemedebista muniu-se de parecer jurídico elaborado pela assessoria jurídica da Casa e por juristas como o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Francisco Rezek, apontando que ele pode candidatar-se novamente por ter ocupado um mandato tampão. Para ele, não há tempo hábil para qualquer recurso em janeiro. O primeiro caminho seria um recurso à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. " Se isso porventura acontecer e eu for derrotado - o que eu não acredito - recorrerei ao STF. No final das contas, tudo vai desaguar na Suprema Corte " .

Outra questão que pode atrasar qualquer contestação jurídica, na opinião de Garibaldi, é que o STF só poderá se pronunciar quando as chapas - que incluem os candidatos a presidente e demais vagas na Mesa Diretora - forem compostas. Por enquanto, as candidaturas ainda estão no campo das intenções. " Só depois que elas forem oficializadas, o STF poderá acolher alguma contestação. Não digo nem julgar, pois isto de fato só acontecerá, na melhor das hipóteses, após a contagem dos votos " .

Garibaldi ligou ontem para os senadores em busca de apoio à sua reeleição, mas ouviu da maioria deles que será difícil uma posição oficial antes da reunião das bancadas partidárias, algo que só deve acontecer no fim do mês de janeiro - a eleição para as presidências da Câmara e do Senado está marcada para o dia 2 de fevereiro.

Ele também tenta minimizar o " fato Sarney " , afirmando acreditar na palavra de seu companheiro de bancada de que não pretende ser candidato. " Acho que o próprio Tião Viana não aposta em uma candidatura do senador José Sarney (AP). Senão, não estaria mandando cartas para todos os senadores " . Garibaldi não se sente preterido por sua bancada, que pleiteia, por intermédio do líder Valdir Raupp (RO), uma audiência com o presidente Lula para que ele convença Sarney a ser candidato no Senado. " A reunião seria um convite do presidente Lula ao qual o PMDB não tem como se esquivar. Não devo ser convidado, pois sou parte interessada. Mas se for, irei com prazer " , brincou.

Mesmo junto aos senadores com os quais tem conversado, Garibaldi afirma não ver muito espaço para uma candidatura de consenso nos moldes como seria a do senador José Sarney. " Isso só aconteceria se os senadores estivessem frustrados com os atuais candidatos, algo que não me parece que estejam " , afirmou o atual presidente do Senado.
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