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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Tentativas de conservação de ilha fracassam

Atualmente, cientistas catalogam a desafortunada série de eventos biológicos causados pela interferência humana e de espécies exóticas que tem devastado a ilha sub-antártica Macquarie. As informações são do The Guardian.


Lições devem ser aprendidas por todos os lados, dizem os cientistas, já que tentativas bem-intencionadas de conservação da ilha até agora só têm piorado a situação.

A vida em quase metade da ilha, um sítio histórico do Patrimônio Mundial, tem sido afetada e especialistas sugeriram um plano de salvamento de 11 milhões de libras.

Dana Bergstrom, da Divisão Antártida Australiana afirmou: "A grande lição é questionar todos os pressupostos utilizados na remoção de espécies exóticas de áreas especiais, porque podem ter havido conseqüências imprevistas".

As coisas começaram a ir mal na ilha, que fica no meio do caminho entre a Austrália e a Antártica, logo depois que a região foi descoberta, em 1810.

Focas, elefantes marinhos e pingüins foram mortos para obtenção de peles e óleo de baleia, mas foram os ratos e camundongos que saltaram dos navios que iniciaram os problemas.

Gatos foram rapidamente introduzidos para manter os roedores longe dos alimentos armazenados. Cerca de 60 anos mais tarde, coelhos foram trazidos como parte de uma tradição de deixar animais em ilhas para que marinheiros naufragados tivessem o que comer.

Sem predadores, o número de gatos e coelhos rapidamente cresceu. Em seguida, a ilha perdeu duas aves endêmicas que não voavam. Além disso, os coelhos, que se procriam rapidamente, devastaram a preciosa vegetação da ilha.

Na década de 1970, cerca de 130 mil coelhos estavam causando tantos danos que uma doença foi introduzida em Macquarie, no intuito de diminuir a população do animal - que foi reduzida a menos de 20 mil em uma década.

"A vegetação da ilha, em seguida, começou a se recuperar", diz Bergstrom.

No entanto, o que era bom para a vegetação, revelou-se ruim para a vida selvagem da ilha. Com menos coelhos na região, os gatos começaram a matar pássaros nativos. E, em 1985, ambientalistas consideraram necessário matar os felinos.

O último gato foi morto em 2000, mas os ambientalistas ficaram horrorizados ao ver a população de coelhos aumentar novamente.

A doença que uma vez dizimou a população de coelhos, não conseguiu manter os números em baixa. Uma população imune à doença rapidamente destruiu a vegetação que levou décadas para se recuperar.

Em 2006, os coelhos foram acusados ainda de um enorme desabamento que dizimou grande parte de uma importante colônia de pingüins.

Em um artigo publicado no Journal of Applied Ecology, a equipe de Bergstrom descreve como os coelhos já arruinaram cerca de 40% da ilha.

"Quando coelhos vão pela primeira vez para zonas costeiras, as encostas verdejantes são, muitas vezes, transformadas em terra nua", explica a pesquisadora. "Normalmente uma erva daninha chamada Poa annua se estabelece e as áreas nuas logo transformam-se em locais que parecem agradáveis campos de golfe, moldados por coelhos".

Os cientistas dizem que a cadeia de eventos que ocorreu na Ilha Macquarie é um raro exemplo de uma "cascata trófica". A próxima etapa poderia ser o "derretimento do ecossistema".

O Tasmanian Parks e Wildlife Service pretende salvar a ilha de uma vez por todas. Para isso, elaborou um plano para erradicar todas os 130 mil espécimes de coelhos, juntamente com os cerca de 36 mil ratos e 103 mil camundongos que vivem no local.

A mudança poderia provocar ainda mais efeitos inesperados, afirma Bergstrom. "Esta é a maior ilha em que este tipo de programa de erradicação terá sido testado".

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