As Forças de Defesa israelenses atacaram casas de três importantes líderes do movimento islâmico radical Hamas, no sétimo dia consecutivo da grande ofensiva militar na faixa de Gaza que deixou ao menos 420 mortos e 2.180 feridos. 

Em retaliação, o Hamas mantém os ataques com foguetes artesanais contra o território israelense e lançou, nesta sexta-feira, sete foguetes contra Ashkelon, em Negev. Os foguetes foram lançados, segundo o jornal "Haaretz", com minutos de diferença. 

Nos bombardeios desta sexta-feira, as tropas israelenses atingiram a casa de um dos principais líderes do grupo, Imad Akel. Segundo o jornal "Jerusalem Post", ainda não há confirmação de Akel estava na casa quando ela foi atingida, mas explosões secundárias indicam que o local servia também como depósito de armas e explosivos.

Os palestinos informaram que outro bombardeio israelense nesta sexta-feira destruiu a casa de um ministro do Hamas, Atef Adwan.

O bombardeio atingiu ainda a casa de outro líder, Muhammad Ma'tuk, em Jabalya, no norte de Gaza, informou um porta-voz militar israelense. Segundo as Forças de Defesa, a casa era usada como depósito e laboratório para fabricação de armas e era a entrada para um túnel clandestino usado pelo Hamas para contrabando de mercadorias.

Os novos ataques aconteceram um dia após a morte de um dos cinco maiores líderes do Hamas, Nizar Rayan, em um bombardeio aéreo israelense a um campo de refugiados, no norte da faixa de Gaza. Rayan, que faz parte da linha mais radical do Hamas, foi considerado uma das maiores perdas do movimento na ofensiva israelense.

Aviso
A maioria dos cerca de 20 alvos dos ataques nesta sexta-feira foram casas de líderes do movimento e aparentemente estavam vazias no momento do bombardeio. Contudo, um homem foi morto em um bombardeio em um edifício em um campo de refugiados em Jabalya.

Agentes de defesa palestinos e israelenses disseram ao "Jerusalem Post" que a população próxima aos alvos dos ataques foi avisada com antecedência dos bombardeios para reduzir morte de civis --um dos maiores argumentos da comunidade internacional na pressão por um cessar-fogo.

Os aviões israelenses derrubaram panfletos em toda a região com um número de telefone e um endereço de e-mail para que as pessoas relatem locais onde estão líderes do Hamas e seus depósitos de foguetes. Os moradores, afirma o jornal, apreciam ignorar os folhetos, pisando sobre eles enquanto caminhavam pelas ruas.

Retaliação
Com a possibilidade de um cessar-fogo cada vez mais distante, o Hamas manteve o lançamento de foguetes contra o território israelense, uma retaliação à ofensiva na faixa de Gaza.

Embaixada de Israel
Creche em Beer Sheva, Israel, é destruída por foguete lançado pelos militantes do Hamas
Depois de uma noite relativamente tranquila, afirma o "Haaretz", sete foguetes foram lançados contra a cidade de Ashkelon. Uma casa no sul da cidade foi diretamente atingida por um dos foguetes e uma pessoa, em uma casa vizinha, ficou ferida.

O dono da casa atingida, Hagai Ben Avraham, afirmou ao jornal que tinha acabado de sair do banho e estava se preparando para ir à sinagoga quando ouviu a sirene de aviso e foi para um quarto protegido.

"É um milagre. A família inteira já me ligou. Os vizinhos nos convidaram para passar o Shabbat em sua casa. Eu não estou preocupado. Parece que eu não terei a chance de rezar esta noite, mas amanhã eu farei uma oração", disse.

Outros dois foguetes atingiram uma área deserta e uma região residencial, acertando um veículo. Mais dois foguetes atingiram o Conselho Regional de Sdot Hanegev, sem deixar feridos.

Segundo o "Haaretz", os foguetes continuam atingindo o território israelense em Ashdod, Ashkelon, Beer Sheva, cidades consideradas anteriormente fora do alcance dos foguetes do Hamas, lançados da fronteira da faixa de Gaza.