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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Odiar segunda-feira pode ser sinal de síndrome

Segunda-feira: alguns detestam, outros odeiam. Mas poucos sabem que o dia mais impopular da semana é também o mais prejudicial à saúde. Aquela inexplicável sensação de preguiça e indisposição que afeta boa parte dos mortais e os obriga a permanecer por mais tempo na cama pode causar problemas físicos e psicológicos, como estresse, sudorese, ansiedade e taquicardia. 



Na maioria dos casos, a síndrome da segunda-feira já começa no dia anterior. Não são poucas as pessoas que sentem um calafrio percorrer a espinha ao ouvir o tema de abertura de tradicionais programas de televisão. Imediatamente, elas lembram que terão pela frente mais uma semana de trabalho e já começam a sofrer, por antecedência, os efeitos da síndrome da segunda-feira.

"Por mais prazeroso que seja o trabalho, não há quem não sofra por ter que pegar no batente na segunda-feira. Acordar na segunda para trabalhar é como interromper um sonho bom. Ninguém gosta, não é verdade? E o mais interessante é que, quanto melhor o final de semana, mais difícil torna-se voltar à realidade na segunda-feira", afirma a psicóloga Márcia Fraga, do Hospital Memorial.

Uma pesquisa do portal Monster, especializado em recrutamento e seleção on-line, mostrou que trabalhadores do mundo inteiro sofrem com a síndrome. Prova disso é a insônia que inferniza as noites de domingo de quem precisa acordar cedo no dia seguinte para trabalhar. Segundo o estudo, 51% dos americanos custam a pegar no sono de domingo para segunda-feira. Entre os britânicos, o percentual chega a 53%.

"A síndrome da segunda-feira não chega a ser uma patologia, mas é um sintoma de que algo não vai bem na vida daquela pessoa. Por isso mesmo, o mais importante a fazer é tentar identificar as suas causas. Em muitos casos, essa síndrome não está relacionada apenas à vida profissional. Pode ser motivada também pelos estudos e até mesmo pelo casamento", alerta o psiquiatra Leonardo Gama Filho.

Se dependesse da designer Mariana Accardo, 27, o final de semana teria três e não apenas dois dias. "Por mais que eu descanse sábado e domingo, estou sempre cansada. Às vezes, até mais na segunda do que na sexta", jura Mariana, que chegou a sentir dores de cabeça e de estômago na segunda pela manhã.

O executivo Daniel Fleming, 42 anos, não fica atrás. Na tentativa de protelar ao máximo o final do domingo, emendava um filme no outro e demorava a ir para a cama. "No domingo à tarde, eu já ficava deprimido. Para mim, trabalhar na segunda-feira era um sacrifício enorme", admite.

Pior do que a segunda, só a volta das férias
Para muitos, trabalhar na segunda-feira só não é pior do que voltar de férias. Há quem minimize o problema e aproveite os primeiros dias para matar saudade dos colegas ou colocar o papo em dia. Mas há também quem passa mal e não consegue disfarçar o desânimo.

Segundo dados da International Stress Management Association (Isma), 35% dos brasileiros sofrem de "depressão pós-férias". Desse total, 72% admitem que, com apenas uma semana de trabalho, já estão tão cansados e estressados quanto antes de tirar férias.

"Normalmente, umas pessoas demoram mais que as outras para voltar ao ritmo normal de trabalho. Mas essa readaptação não leva mais que duas semanas. Se a letargia persistir por mais tempo, é bom procurar um médico", alerta a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma.

Independentemente de ser a síndrome de segunda-feira ou depressão pós-férias, o "coach" Sandro Pereira avisa que chega uma hora em que é preciso repensar as metas e traçar novos objetivos. Segundo ele, cinco anos é tempo mais do que suficiente para chegar ao ponto máximo dentro de uma empresa.

"A primeira pergunta a ser feita é: onde quero chegar profissionalmente? Se você não sabe onde quer chegar, nunca saberá se está no caminho certo. Às vezes, mudar de emprego pode ser saudável para o corpo, a mente e até para a carreira", ensina.

Lazer na semana ajuda a enfrentar segunda-feira
Para não sucumbir àquela "deprê" típica das noites de domingo, o melhor remédio, ensinam os especialistas, é criar alternativas de lazer não só nos sábados e domingos, mas também nos dias úteis. Que tal, então, um chope gelado com os amigos na terça, uma pizza com a família na quarta ou uma sessão de cinema na quinta-feira?

Parece inviável, mas foi exatamente isso o que fez o executivo Daniel Fleming para minimizar os efeitos da síndrome. Toda segunda, ele reúne a família para assistir a DVDs, comer uma pizza ou tocar violão. É a famosa "Segunda Sem Lei". Já na quinta, toca guitarra com os amigos. Como não curte futebol, a "pelada", no caso dele, é musical.

"Eu me esforçava ao máximo para não transparecer a minha insatisfação no trabalho. Mesmo insatisfeito profissionalmente, dava o melhor de mim. Até que, em outubro de 2007, recebi uma promoção que salvou a minha carreira. Hoje, no domingo à tarde, já separo a roupa que vou vestir na segunda. Nunca me senti tão motivado", assegura.

Garfield: horror à segunda
Criador do Garfield, o gato que ganhou fama mundial por odiar segundas-feiras, o cartunista norte-americano Jim Davis, 63, admite que, ao contrário do bichano das tiras em quadrinhos, não chega a ter horror ao primeiro dia útil da semana. "É fácil não odiar segunda-feira quando você ama o seu trabalho", garantiu Jim, por e-mail, ao jornal O DIA.

A exemplo de seu personagem, ele gosta de tirar uns cochilos à tarde e é avesso a atividades físicas. "Não sou tão preguiçoso quanto o Garfield. Mas, se não tomar cuidado, posso ficar", brinca Jim, acrescentando que bom humor costuma ser um remédio eficaz para combater a preguiça típica das segundas-feiras. "Sou capaz de encontrar o lado bom até de tratamento de canal. Afinal, o dente não vai doer mais".

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