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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Aumenta presença feminina no curso de máquinas agrícolas

Em tempos de crise econômica globalizada, a busca por oportunidades de trabalho fez aumentar a participação feminina no curso de operadores de máquinas e implementos agrícolas em diversos municípios mato-grossenses. Desde 2003, o curso é realizado através do projeto Parceria Rural Agricultura, que busca preparar mão-de-obra para atuar no campo, fortalecendo o agronegócio de Mato Grosso. Nesse período já foram qualificados mais de seis mil trabalhadores em todo o Estado. Em 2009 a meta e capacitar 1.200 pessoas em 11 cidades.


Em Campos de Júlio, município produtor de soja, algodão e milho, situado no Sudoeste, a 720 quilômetros de Cuiabá, das 104 pessoas que são treinadas desde o dia 23 de abril, 18 são mulheres. Em Sapezal, na mesma região, após o curso, as 40 mulheres participantes arrumaram trabalho no fim do ano passado, informou a técnica da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), Sandra Alves Guirra.

Numa ação integrada, técnicos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Sapezal realizaram, na última quinta-feira (30) o cadastramento dos trabalhadores qualificados em Campos de Júlio. “Nas empresas e no campo a preferência é contratar gente com qualificação. No caso das mulheres, elas são mais zelosas com as máquinas, cuidam dos alojamentos, não bebem como os homens”, comparou o técnico do Sine de Sapezal, Lauri Scherwinski.

O produtor rural Dirceu Zanella, que tem dois funcionários participando do curso, concorda com o técnico do Sine. “A mão-de-obra ainda é um problema, porque operador tem bastante, mas que entende mesmo são poucos. A qualidade do grão depende do desempenho do operador, da colheita e da manutenção da máquina. Falei para os caras abrir os olhos, porque vão perder lugar para as mulheres”, afirmou o produtor.

Andreia Santos, 26 anos, Joelma Nobre Martins, 30, e Sonia Aparecida da Silva, 35, são algumas das participantes do curso. “Estamos correndo atrás de uma oportunidade. Queremos aprender e trabalhar”, diz Sonia. Joelma conta que cresceu no campo. “Meu pai era tratorista, meu irmão foi pelo mesmo caminho e agora eu quero seguir essa carreira”. Já Andréia, que não sabia nem o que era filtro de óleo, está confiante. “Foi a primeira vez que entrei num trator e não foi o bicho de sete cabeças que eu estava pensando”, disse.

Os instrutores Ernani Boeck, da John Deere, e Lothário Leitis, do grupo CNH Case, observam certa resistência masculina em seguir as normas de condução das máquinas, além da tendência ao improviso. “Como elas são de alta tecnologia, é fundamental que os operadores respeitem as regras, sigam-o passo-a-passo. E é isso o que estamos passando para eles”, sintetizou Leitis.

O técnico agrícola e gerente de fazenda, Marcos Paulo Canani, 33, parece ter entendido o recado dos instrutores. “O que acontece é que a gente se acostuma a trabalhar de um jeito e vai fazendo sempre da mesma forma. Eles explicaram que, ajustada, a máquina vai produzir a mesma coisa, economizando combustível e o custo com manutenção”, explicou o aluno.

O curso de operadores de máquinas agrícolas encerra no dia 08 de maio. A carga horária é de 108 horas divididas entre aulas teóricas e práticas. Durante 15 dias, os alunos têm instruções de técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) sobre o preparo e gradeamento do solo, uso correto dos tratores e colhedeiras, saúde e segurança no trabalho, noções de ética e cidadania e relacionamento interpessoal.
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