Luiz Soares, secretário de Saúde de Cuiabá, acusou o tenente-coronel Eumar Novacki, chefe da  da Casa Civil e secretário de Comunicação do Estado, de levar a discussão do uso do ‘fumacê’ contra a dengue para o campo político. “Houve politização da discussão. Não por parte do secretário (Augustinho Moro), mas por parte da secretário político do Estado, o policial Novacki”, exclamou.

Uma discussão técnica sobre o uso do ‘fumacê’ sempre irá ocorrer, de acordo com o secretário municipal. Para ele, o que não pode acontecer é que alguém  desinformado das questões técnicas interfira neste processo e mude o foco da saúde para a política.“Saúde pública não é brincadeira. Não pode ser política de governos, tem que ser política de Estado. Não pode ser política de um partido”, discursou, incisivo, sobre Novacki.

Contudo, se o secretário da Casa Civil foi alvo de criticas, o de Saúde, Augustinho Moro, só recebeu elogios. “Tem sido muito correto, nunca foi desonesto”.

Benefícios e malefícios

Questionado se o ‘fumacê’ é ou não eficaz no combate à dengue, Luiz Soares foi enfático ao afirmar que ele é limitado. Para ele, o uso deste artifício, que já estava em debate desde dezembro de 2008, exige momento certo e conveniência.

Ele explica que os motivos para esta opinião é que este artifício atinge apenas o mosquito voador, não elimina o criadouro e possui efeitos danosos ao meio ambiente. Soares ainda aponta que a fumaça não entra nas casas, nem nos quintais. “Ele para nos muros e paredes; se passa com sol e chove depois é preciso passar novamente também.”

Outra preocupação é a acomodação que a técnica pode gerar na população. “No psicológico do cidadão ele acredita que o ‘fumacê’ resolve o problema. Tira a preocupação da população, que deixa de cuidar do seu quintal”.