O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Vale do Rio Cuiabá vai repassar para a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager/MT) o levantamento das linhas do transporte rodoviário desses municípios. As informações serão importantes para embasar a proposta do novo sistema de transporte intermunicipal na Região Metropolitana que envolve 13 cidades: Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger, Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Jangada, Nobres, Nova Brasilândia, Planalto da Serra, Poconé e Rosário Oeste.
A presidente da Ager/MT Márcia Vandoni, a equipe técnica da Agência e do Centro de Excelência em Engenharia de Transporte (Centran), órgão ligado ao Ministério da Defesa (Centran) apresentaram aos prefeitos e representantes dos municípios que formam o Consórcio - os mesmos que agora integram a Região Metropolitana – o projeto de reestruturação do setor no Estado.
A proposta foi baseada em uma pesquisa de campo realizada por alunos da UFMT, nos 142 municípios do Estado, entre janeiro e agosto de 2008. A equipe planificou as viagens intermunicipais, definiu o conceito de área de atuação e a conectividade de cada mercado com a Capital, Cuiabá. E, considerando os pólos econômicos geradores de viagens no Estado, foram apontados 30 municípios pólo, em oito mercados, ou redes formadas por várias cidades. “No processo de regionalização do sistema de transporte envolvendo Cuiabá e as cidades no seu entorno, estamos discutindo a possibilidade de cada município assumir o transporte urbano na sua área de abrangência, o que atualmente é realizado pelo Estado na maioria das cidades”, explicou Márcia Vandoni.
Segundo os estudos, com o transporte intermunicipal cortando as linhas urbanas, a população, principalmente, da área rural, não vai até a sede da cidade e vem direto para Capital. “Isto acaba esvaziando a sede do município e enfraquece o comércio local que deixa de vender. A prefeitura, por sua vez, não arrecada os impostos que poderiam ser investidos na melhoria dos serviços públicos da cidade”, disse a presidente da Ager. O presidente do Consórcio do Vale do Rio Cuiabá, o prefeito de Acorizal, Meraldo Figueiredo Sá, avaliou que a proposta apresentada pela Ager/MT representa a valorização dos municípios. “Isto pode ser um ganho grande para a prefeitura e para a cidade com a valorização da sede do município. Na Região Metropolitana 50% dos moradores da zona rural vêem direto para Cuiabá, não trazendo dividendos para a prefeitura que investe na infraestrutura local”, disse Figueiredo Sá.
O prefeito de Nossa Senhora do Livramento, Zenildo Sampaio Pacheco, já está se organizando nesse sentido. “Acho que é muito interessante para a nossa cidade implantar este sistema de transporte. Conseguimos uma emenda do Senador Jaime Campos para a construção de um terminal rodoviário no município. A partir daí vamos realizar o processo de licitação das linhas intramunicipais e intermunicipal até Várzea Grande. De lá a população faz a integração para onde quiser”, informou otimista, o prefeito de Nossa S. do Livramento.
