Enquanto o governo federal não acena com o encontro de contos com os municípios com relação às dívidas previdenciárias, o tom das críticas dos prefeitos de todo país sobe exponencialmente. O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, do PSDB, em entrevista para o Olhar Direto, comparou o INSS ao monstro bíblico e filosófico "leviatã" e disse que os indexadores aplicados para cobrar as dívidas municipais são "draconianos".

"Se o filósofo Thomas Hobbes vivesse nos dias atuais, certamente ele diria que o Leviatã é o INSS, por causa da sua voracidade em cobrar os municípios sem piedade e, em muitos casos, de forma injusta e egoísta", declarou Santos. Para Hobbes, filósofo inglês que publicou seu livro em 1651, o monstro bíblico Leviatã seria uma forma e poder de um Estado egoísta e centralizador.

Em Leviatã, Hobbes sustenta que os humanos são egoístas por natureza. Com essa natureza tenderiam a guerrear entre si, todos contra todos (Bellum omnia omnes). Assim, para não haver exterminação seria necessário um contrato social que estabeleça a paz, a qual levará os homens a abdicarem da guerra contra outros homens. Mas, egoístas que são, necessitam de um soberano (Leviatã) que puna aqueles que não obedecem ao contrato social.

"Só que o contrato social do INSS lesa excessivamente os municípios ao ponto de estrangulá-los, sufocá-los. Isso é inaceitável", assevera Santos, ao ressaltar que as dívidas municipais são impagáveis porque os indexadores são draconianos. É um jogo em que os municípios sempre perderão. Temos que reavaliar tudo", pondera.


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