A Operação Pinóquio, realizada pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), nesta segunda-feira, 6, já prendeu 13 pessoas em Mato Grosso. Ao todo, foram expedidos 19 mandados de prisão temporária. A líder do esquema de fraudes na concessão de créditos virtuais de madeira, Nilda da Silva Alves, está foragida.

Além de Nilda, que possui um escritório de consultoria ambiental em Cuiabá, também estão foragidos o filho, Ulisses Antônio de Carvalho Neto, e o marido da líder, Vilson Pereira da Silva.

A quadrilha é acusada de falsificar documentos e ingressar processos para exploração de madeira na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Sema. O esquema conseguiu inserir no Cadastro de Consumidor de Matéria Prima de Origem Florestal, CC-Sema, cerca de 80 mil metros cúbicos de madeira.

Os créditos conseguidos pela quadrilha eram vendidos a exploradores ilegais de madeira, que podiam, assim, “esquentar” a madeira ilegal retirada. As investigações ainda não apuraram de onde toda a madeira era retirada, e nem para quem foi vendida, e não se descarta a possibilidade da extração ter sido feita também em outros estados.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, afirma que essa era uma quadrilha significativa, e ressalta que os processos são antigos. “O mesmo tipo de esquema já foi verificado em operações anteriores, e implementamos mecanismos para que isso não aconteça na Secretaria. Esses processos são antigos. Hoje isso não ocorre mais”, enfatiza Daldegan.

O secretário, juntamente com o delegado titular da Dema, Roberto Amorim, e o outro delegado, João Henrique de Arruda, explicaram que por observações ao CC-Sema, encontraram algumas movimentações suspeitas que culminaram no início das investigações. Umas das ações que levantaram suspeitas foram supostos transportes de madeira do sul ao extremo norte do Estado.

Os mandados de prisão foram cumpridos na capital e no interior do Estado, nas cidades de Juína, Alta Floresta, Sinop, Comodoro, Arenápolis, Nortelândia e Paranatinga. Os presos irão prestar depoimentos na sede da Dema, em Cuiabá.

Confira a lista dos presos:

Em Cuiabá

Éber Tadeu Vaz (procurador e responsável técnico)

Antonio Adejar do Nascimento (responsável técnico e engenheiro florestal)

Jary Santana de Abreu (grileiro e comprador de créditos virtuais)

Newton Marcos Pereira da Silva, “Marcão” (negociador de projetos, cunhado de Nilda)

Wesley Moreira Martins (laranja e procurador junto a Sema e órgãos públicos)

Ester Benichio (captadora de serviços, funcionária e amiga de Nilda)

No Interior

Arenápolis – Djalma Pereira de Oliveira (procurador)

Nortelândia – Sebastião Ramos Batista (arrendatário)

Alta Floresta – Luiz Carlos Rabechi (intermediador de venda de créditos)

Sinop – Maurinho (intermediador de venda de créditos)

Plácito Everaldo Ficagna (intermediador de venda de créditos)

Delvina Caldeira de Oliveira (intermediadora de venda de créditos)

Juína – Diomar Tolfo Brecovit, o “Mano” (empresário comprador de créditos virtuais)