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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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‘The Wall Street Journal’: Derrota por 7 a 1 não muda essência gentil dos brasileiros

A derrota vexatória do Brasil para a Alemanha na última terça-feira (08) por 7 a 1 foi destaque no mundo inteiro, especialmente por ser o País dono da casa e referência mundial de futebol.


Mas passado o choque global e o susto do colapso brasileiro em campo, os jornais internacionais trazem análises positivas sobre a derrota da seleção e sobre a “ferida alma nacional” que tanto se alardeia.

O jornal norte-americano “The Wall Street Journal” trouxe nesta quarta-feira uma sensível análise sobre os brasileiros e a reação à goleada contra a Alemanha. O artigo do correspondente Matthew Futterman diz que, embora a derrota tenha sido uma humilhação dentro de campo, essa é uma ferida que não deve ter grandes reflexos na vida prática dos brasileiros.

“O Brasil é muito mais que uma camisa canarinho e uma obsessão pelo futebol (…) Não compre a narrativa que essa derrota vai deixar alguma cicatriz indelével na alma nacional, porque se trata de um país que está desesperadamente tentando prosperar em uma série de áreas que nada têm a ver com o futebol. E essa ideia de que o orgulho nacional acabou é até um pouco humilhante para um conjunto grande de brasileiros”, escreve Futterman.

Segundo o correspondente do “The Wall Street Journal”, o colapso diante da Alemanha feriu muito a alma e o orgulho daqueles que sempre acreditaram seren os melhores no futebol. Mas para além do colapso social, a derrota por 7 a 1 não deve mudar o carinho e a atenção que os brasileiros têm uns com os outros.

“Esse é um país incrível, diverso. É um país de beleza física impressionante e vastos recursos naturais. O tráfego da hora do rush faz o trânsito de Los Angeles parecer estradas bucólicas, um sinal claro de que o lugar precisa de algumas melhorias de infraestrutura. Mas também que há um grande número de trabalhadores que querem fazer o amanhã melhor do que hoje”, descreve Matthew Futterman. “O colapso contra a Alemanha certamente vai despertar algum exame de consciência nacional sobre como o Brasil cultiva e desenvolve a sua próxima geração de estrelas do futebol. O país tem um enorme banco de talentos para explorar, mas os acidentes não acontecem mais no esporte. Ganhar no mais alto nível hoje exige não apenas talento, mas dinheiro, treinamento e uma estratégia coerente de trabalho”, argumenta.

O contraponto do artigo do “The Wall Street Journal” é feito pela jornalista Patrícia Kowsmann, que é brasileira e trabalha para a publicação.

Para Kowsmann, “perder o jogo daquela forma para a maioria dos brasileiros foi como perder a própria carteira de identidade, sabendo que jamais poderá ser recuperada”.

“A Copa do Mundo é, provavelmente, o único evento que o brasileiro não tem vergonha de exibir sua bandeira. Com todos os problemas que o Brasil tem, o futebol é um objeto raro de orgulho coletivo. Mas, após a derrota de terça-feira, vai demorar tempos para que possamos nos gabar de sermos os melhores do mundo novamente (…) Até recuperar essa parte da nossa identidade ou encontrar um novo orgulho para substituí-lo, estaremos à procura da própria alma, literalmente. Os brasileiros certamente irão em frente com suas vidas, mas certamente também vão sentir um grande vazio por dentro”, afirma Patrícia Kowsmann.
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