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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Cidades

Renda média das mulheres ainda é menor que a do homem

Apesar dos avanços da mulher no mercado de trabalho, uma comparação feita pela Folha nas principais ocupações mostra que ainda há muito a avançar para se chegar perto de uma situação de igualdade.


Das 62 profissões onde foi possível comparar o rendimento de homens e mulheres na mesma ocupação, pela Pesquisa Nacional por Amostra dos Domicílios, do IBGE, em apenas um caso --professores do ensino fundamental com formação de nível médio- a renda do trabalho delas era superior.

Ainda assim, a diferença encontrada --de 2% a mais para elas- fica dentro da margem de erro da pesquisa.

Como a Pnad é uma pesquisa amostral, não é possível comparar o rendimento em todas as ocupações. Para garantir que as margens de erro não fossem superiores a 10%, a Folha comparou apenas profissões com mais de 100 mil trabalhadores na pesquisa.

A diferença, na média, a favor dos homens aparece tanto no caso de ocupações de baixa qualificação --como trabalhadores rurais-- quanto naquelas em que somente pessoas com nível superior podem exercer --caso de advogados, médicos ou professores universitários.

Essa desigualdade ocorre até em ocupações onde as mulheres são majoritárias, como trabalhadores de serviços domésticos (94% de mulheres trabalhando) ou costureiros (89%).

Para a economista da Universidade Federal Fluminense Hildete Pereira de Melo, não há dúvida de que boa parte da diferença de rendimentos na mesma função é fruto da discriminação. "Em praticamente todas as profissões, mesmo a mulher tendo igual qualificação, os cargos de chefia e gestão continuam sendo ocupados majoritariamente por homens. Isso é ainda mais comum nas carreiras de alta qualificação."

A Pnad mostra, por exemplo, que as mulheres já representam 43% dos advogados, mas o rendimento delas equivale a apenas 72% do que recebe um homem na mesma ocupação.

A diferença na média de rendimentos do trabalho ocorre também em profissões de menor qualificação. Um dos casos mais desiguais é o de trabalhadores na agropecuária. Nessa ocupação, a renda mensal das mulheres é de apenas R$ 27, ante R$ 190 dos homens.

Hildete, que já estudou as diferenças de gênero no setor rural, explica que o baixíssimo valor da renda das mulheres acontece porque em muitos casos seu trabalho sequer é remunerado. 

A pesquisadora explica que a diferença a favor dos homens em trabalhos domésticos se deve a eles exercerem funções diferentes. "São jardineiros, motoristas ou acompanhantes que acabam entrando na Pnad como trabalhadores domésticos", afirma Hildete.
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