Investidores têm apenas dois dias --hoje e segunda-feira-- para pedirem a reserva de ações da Brasil Foods (denominação atual da Perdigão), que deve lançar 115 milhões de ações ordinárias no mercado. A empresa prevê captar R$ 4,5 bilhões (calculado a partir do preço médio das ações já em circulação), mas de acordo com a demanda, pode oferecer um lote suplementar de ações, elevando a captação total para R$ 5 bilhões.

Os atuais acionistas da Perdigão, e da Sadia, tiveram prioridade na operação: o período de reservas acabou no último dia 14.

A oferta pública vai atender investidores institucionais e não-institucionais (que podem reservar ações até o limite de R$ 300 mil). Os coordenadores da oferta são os bancos JP Morgan, Santander, Banco do Brasil e UBS Pactual (coordenador líder).

A Brasil Foods assinou um acordo de associação com a Sadia em maio deste ano, mas a fusão entre as duas companhias ainda depende da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência. Os acionistas de Sadia e Perdigão já aprovaram a associação.
No prospecto preliminar da operação, a Brasil Foods adverte que "tendo em vista que não foi realizada por nós qualquer auditoria legal da Sadia previamente à celebração do Acordo de Associação, poderemos sofrer prejuízos superiores aos inicialmente estimados com a Associação, em decorrência de dívidas e contingências eventualmente não informados e/ou identificados pela Sadia".

Apesar da associação com a Sadia não ter sido aprovada em todas as instâncias, os recursos devem ser destinados à liquidação de dívidas dessa empresa, estimada em R$ 8 bilhões.

Na hipótese da fusão não ser aprovada, a BF levanta a hipótese de transferir os recursos por meio de "adiantamento para futuro aumento de capital, aumento de seu capital social [da Sadia], concessão de empréstimo, com ou sem emissão de títulos representativos de dívida, entre outros".