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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Após orações no Irã, milicianos atacam candidato reformista derrotado

Um grupo de membros da Basij, a milícia islâmica iraniana, atacou nesta sexta-feira o ex-presidente do Parlamento e candidato reformista na eleição presidencial de 12 de junho Mehdi Karubi, mas, por enquanto, não se sabe se ele ficou machucado.


Segundo o filho dele, Hossein, citado no site do movimento político do candidato, "indivíduos vestidos à paisana atacaram e insultaram Karubi ao término do sermão desta sexta-feira em Teerã".

Hossein Karubi disse que, quando seu pai se dirigia a pé para a Universidade de Teerã, apareceu um grupo de pessoas que gritava palavras de ordem em seu apoio, momento no qual a polícia iraniana apareceu.

"Meu pai entrou no carro para ir à universidade, onde um grupo [de milicianos Basij] vestidos à paisana e apoiados pela polícia o atacaram [na porta do recinto acadêmico]", disse Hossein.

Ele afirmou ainda que os elementos vestidos à paisana "insultaram e sacudiram" de forma ostensiva seu pai, até o ponto de ter caído o turbante que sempre usa, em sua condição de clérigo xiita.

Orações

O aiatolá Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente do Irã, discursou nesta sexta-feira durante sermão oficial e pediu ao povo iraniano que recupere a confiança perdida após os confrontos que seguiram as eleições presidenciais de 12 de junho, que deixaram 20 mortos. Rafsanjani pediu às autoridades para libertar os centenas de detidos durante as duas semanas de protestos em massa da oposição.

O ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito em pleito do dia 12 de junho passado, com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.

A votação foi seguida por semanas de fortes protestos da oposição por fraude. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e centenas de presos.

O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas.

No sermão oficial da sexta-feira na Universidade de Teerã, diante de milhares de pessoas, Rafsanjani --considerado o principal apoio de Mousavi-- ressaltou a importância do papel do povo na República Islâmica, sem o qual esta "não continuará de pé".

"Tudo neste povo depende do voto do povo", disse, antes de pedir a libertação dos detidos e indenizações para as vítimas dos distúrbios que abalaram o país após umas eleições qualificadas de fraudulentas pela oposição, e que deixaram pelo menos 20 mortos, centenas de feridos e mais de mil detidos.

A polícia tentou dispersar a multidão que cantava lemas favoráveis a Mousavi e "Alah Akbar" ("Deus é grande").
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