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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Casal de brasileiros é furtado e tem quarto de hotel arrombado na Disney

Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Adriana Bacelar e mais três amigas tiveram pertences, passaportes e US$ 8 mil dólares furtados.

Adriana Bacelar e mais três amigas tiveram pertences, passaportes e US$ 8 mil dólares furtados.

O sonho de conhecer Mickey, Minnie e companhia nos parques da Disney está se transformando em problema para alguns brasileiros. Em grupos de viajantes no Facebook, é possível ver denúncias e desabafos de turistas que tiveram seus quartos de hotel invadidos e furtados dentro e fora do complexo Disney.


É o caso do casal Nathalya Bucher Hoerlle Godoy e Igor Godoy que teve a viagem mágica interrompida ao ter o seu quarto arrombado, revirado e furtado no hotel Disney All-Star Sports Resort, dentro do complexo Disney. Em viagem para comemorar seu primeiro ano de casada e a primeira ida do marido aos parques, Nathalya foi surpreendida no dia 19 de setembro e só percebeu assim que voltou de um cansativo dia no Epcot Center.

— Escolhemos ficar em um hotel dentro da Disney por ser mais seguro, já que soubemos de casos de furto dentro dos hotéis em Orlando. Foi ironia do destino mesmo, porque pesquisamos muito. Quando chegamos, a porta do nosso quarto estava com problema e não fechava direito. As outras eram trancadas com um puxão simples, mas a nossa ficava só encostada, era preciso puxar com mais força. Temos certeza que ela estava trancada quando saímos de manhã porque sempre conferíamos antes de passear. Por sorte, não perdemos nossos passaportes e dinheiro, porque decidimos levá-los conosco neste dia - conta a advogada, que teve relógios, tênis, presentes, roupas, sapatos e uma câmera fotográfica com as fotos da viagem furtados.

— Estávamos no último quarto do andar térreo do último bloco do hotel. Quando chegamos, a porta estava encostada e, ao abrí-la, vimos tudo revirado. Quebraram os cadeados das malas, passaram alguma coisa nos zíperes e deixaram até nossas roupas íntimas espalhadas. Fiquei muito nervosa, desesperada, e comecei a chorar muito.

Ao se dirigir à recepção do All-Star Sports Resort, o casal foi levado até uma sala reservada, distante do lobby, aconselhado a arrumar as malas, mudar de hotel e se dirigir ao xerife local apenas no dia seguinte, sob alegações de que ele não estava trabalhando naquele dia. Como compensação, Nathalya e Igor receberiam US$ 130, valor correspondente a uma diária.

— A frieza com a qual o gerente tratou o nosso caso me assustou muito. Ele dizia que era muito fácil arrombar as nossas malas, que elas eram vulneráveis, que havia vídeos no Youtube ensinando as pessoas a fazer isso e ficava o tempo insinuando que a responsabilidade era nossa.

Apesar do pedido do gerente, Nathalya voltou ao quarto e, enquanto arrumava as malas, ligou para a polícia. Alguns minutos depois, o xerife da região chegou ao hotel para fazer o registro de ocorrência do caso.

— Quando o xerife chegou, o gerente ficou muito nervoso e irritado e nos levou novamente para a salinha, porque a chegada da polícia causou um tumulto na recepção. Ele informou que não havia câmeras nos corredores e nem perto do nosso quarto. No máximo, eles poderiam analisar o sistema da porta, para verificar quem foi a última pessoa a entrar. Também fiz uma reclamação no Guest Claim da Disney e estou esperando retorno.

O casal ficou na cidade por mais dois dias, em outro hotel, e planeja entrar com uma ação contra a Disney World, já que o hotel faz parte do complexo, caso não receba uma proposta de acordo com ressarcimento do dano material, que ela estima ser de US$ 3 mil.

— Estávamos achando a Disney o lugar mais mágico do mundo e depois começamos a ter dor de cabeça. Era pra ser uma viagem inesquecível de aniversário de casamento e, agora, nunca mais vamos confiar em quarto de hotel, teremos sempre uma pulga atrás da orelha. Se eu for entrar com uma ação, vou buscar indenização moral, mas, por enquanto, só quero ter o meu prejuízo indenizado.

A assessoria da Disney no Brasil entrou em contato com o EXTRA, mas não enviou esclarecimentos sobre o caso até o fechamento desta matéria.

Cinco dias antes de Nathalya e Igor serem furtados, a paulista Adriana Bacelar, passou por uma situação similar, no dia 15 de setembro, no hotel Quality Inn Sand Laker, em Orlando, onde dividia quarto com a sua irmã e mais duas amigas. Ao voltar de um dos parques da Disney, por volta das 22h, elas perceberam, ainda no estacionamento do hotel, que a janela e a cortina do quarto, que ficava no andar térreo, estavam abertas. Do lado de fora, viram que o quarto e as malas tinham sido reviradas.

— Corremos para a recepção e chamamos um vigia e um funcionário. Quando chegamos ao quarto, vimos que a porta estava arrombada e encostada. Levaram duas malas cheias de pertences nossos, incluindo compras feitas há poucos dias, os quatro passaportes, cartões e dinheiro. O cofre também estava arrombado e sem os US$ 8 mil dólares que estavam guardados lá. Soubemos que o quarto de um grupo de equatorianos também foi invadido no mesmo dia, mas não roubaram nada lá.

Adriana conta que a polícia foi chamada, periciou no local e registrou a ocorrência, sem qualquer funcionário do hotel por perto. O grupo foi aconselhado pelos policiais a ir até o consulado brasileiro em Miami para pegar uma autorização para voltar ao Brasil, já que estavam sem passaporte.

— Achávamos que o hotel daria todo o suporte, mas nenhum funcionário do hotel ficou por perto enquanto a polícia estava lá. Uma funcionária que falava português muito bem nos disse que a responsabilidade era toda nossa, que o nosso era o primeiro caso do tipo e que nenhum funcionário dela faria algo do tipo. No dia seguinte, quando iríamos ao Consulado, ela informou que não poderia ajudar em nada e nos deu apenas US$ 100 para pagar a gasolina até Miami.

Em páginas de avaliação de hoteis na internet, é possível encontrar outros casos de hóspedes do Quality Inn Sand Laker que também tiveram os quartos roubados. Segundo Adriana, os funcionários informaram que o hotel não possui câmeras instaladas nos corredores, apenas nas escadas, e que as mesmas estavam quebradas.




Adriana e suas amigas pegaram a autorização para voltar ao Brasil no consulado, em Miami, mas não conseguiram antecipar as passagens aéreas sem o pagamento da taxa de alteração. Elas ainda tinham mais três dias em território americano e conseguiram ficar hospedadas na casa de amigos em Miami. No dia do retorno, como o voo saia de Orlando, voltaram ao hotel e fizeram o check out, mas não encontraram a funcionária que as atendeu após o roubo.

Apesar de terem feito um seguro viagem, ao ligar para a corretora pedindo ajuda após o roubo, Adriana foi informada que o pacote escolhido só cobria acidentes e doenças, mas, ao chegar em casa, viu que o contrato abrangia assistência jurídica.

- Estou procurando um advogado que more em Orlando para acompanhar o caso e me guiar sobre o melhor a ser feito. Penso em processar a agência que me vendeu o pacote, o hotel e também a seguradora.

Procurada, a gerência do Quality Inn Sand Laker enviou um comunicado ao EXTRA e disse que deu "algum dinheiro" para que as hóspedes conseguissem um novo passaporte, além de ter revertido as taxas de serviço pagas. Leia o comunicado reproduzido na íntegra:

"A segurança dos nossos hóspedes é extremamente importante para nós e estamos fazendo o nosso melhor para conseguir isso. Estamos trabalhando muito estreitamente com as autoridades locais e suas investigações. Também reforçamos as nossas políticas e procedimentos de segurança existentes, bem como adicionamos novos".


O Consulado-Geral do Brasil em Miami informou que não comenta casos específicos e afirma que o número de furtos a brasileiros na Flórida é crescente. Em 2014, até a publicação dessa matéria, já foram relatados 223 casos de furto, sendo 26% em Orlando. Para comparar, em 2012 houve 117 casos, e, em 2013, 224 ocorrências, entre elas, algumas que envolviam até todos os membros de uma mesma família, em um total de 410 pessoas furtadas.

O Consulado procura prestar "solidariedade e as tempestivas providências" em favor dos brasileiros envolvidos em ocorrências de furtos, mas acredita que "os números de furtos registrados indicam que a incidência é pequena em face do volume absoluto de visitantes brasileiros na Flórida - a saber: 1,5 milhão de turistas brasileiros em 2011; 1,6 milhão em 2012; e 1,7 milhão em 2013; segundo dados da 'Visit Florida' - organização de natureza público-privada vinculada ao governo estadual."

Confira as dicas do Consulado-Geral do Brasil em Miami para a prevenção de furtos em geral:

a) Estacione seu veículo em local seguro;

b) Jamais deixe pertences no veículo (como passaportes, sacolas de compras, produtos eletrônicos);

c) Na praia, não deixe seus pertences desacompanhados;

d) Não entregue seus pertences a estranhos (ex: ao experimentar roupas em lojas de vestuário, não permita que o vendedor guarde seus pertences);

e) Fique ainda mais atento em locais movimentados e frequentados por turistas, como centros de compras, hotéis, parques temáticos e estacionamentos (pagos ou não); e

f) Tome os mesmos cuidados que você tomaria em qualquer outro grande centro urbano.

Observações:

1. Para sua segurança, mantenha cópias, em meio eletrônico ou com parentes no Brasil, de documentos importantes, como passaporte e carteira de identidade. As cópias poderão eventualmente dinamizar o processo de obtenção de documento de viagem em caso de furtos.

2. Assista vídeo com dicas da Polícia de Miami Beach para prevenir-se de furtos: https://www.youtube.com/watch?v=HyjmBf7hgw0

3. Em caso de furto:

a) Contatar a polícia local a fim de registrar queixa ("file a report").

b) Contatar o Consulado-Geral em Miami a fim de comunicar o ocorrido, em especial em caso de perda de documentos.

c) Tão logo regresse ao Brasil, comunique o fato também às autoridades policiais brasileiras e aos órgãos emissores dos documentos furtados.
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