Dentro do rol de atividades já programadas pela Agenda Única da Prefeitura de Cuiabá, trabalhos coordenados pela Assessoria Especial de Políticas do Programa da Igualdade Racial e de Gênero, com apoio da Vice-Prefeitura de Cuiabá, o Dia Internacional da Mulher (08 de março) também registrará, na Capital mato-grossense, uma série de comemorações que engrandecem duplamente essa data, destacando-se cada avanço que a mulher conquistou nas últimas décadas (ver quadro anexo).
Estas comemorações têm foco nas conquistas que a mulher empreendeu nas últimas décadas. “São passos essenciais até para o desenvolvimento contextual de segmentos diversificados no mercado mundial, caracterizando-se hoje uma nova roupagem na forma de ver a ação da mulher dentro e fora do seu recinto familiar. Uma valorização até tardia, a meu ver”, explica a professora Jacy Proença, ex-vice do prefeito Wilson Santos.
A professora Proença é considerada uma das bandeiras nacionais em prol da ampliação dos direitos da mulher na sociedade, como um todo. Mas ela não concorda com esse título, salientando que luta pelo que considera justo:
“Apenas evidenciamos os valores da mulher, seja branca, negra, mulata, amarela. O mundo mudou e continua em plena metamorfose, sabemos, mas essas mudanças que hoje caracterizam uma mulher evoluída e participante da sociedade teriam pouco valor se ela não fosse resgatada do calabouço centenário em que se encontrava, seja por omissão e/ou mesmo por submissão de ‘forças maiores’ à sua realidade de vida”.
Proença analisa que essa valorização à mulher é simplesmente o resgate de um direito que ela não praticava, sendo ignorado abertamente. “Como disse, isso de fato acontecia por diversos fatores: omissão, submissão, timidez, imposição masculina ou mesmo pelo receio não confessado de reivindicar seus espaços na sociedade”.
Na luta para que a mulher tenha plena consciência da importância de ser participante de todos os processos evolutivos do Planeta, Proença acrescenta estar convicta de que muitas surpresas positivas ainda estão por vir, todas relacionadas à presença ativa da mulher em áreas consideradas restritas ao homem, que aos poucos vai se conscientizando dos seus méritos.
“Deve-se salientar que houve uma espécie de implosão do estado letárgico em que a mulher era forçada a ficar. Hoje, ela participa ativamente de todos os processos ligados à evolução e participação do sexo feminino em segmentos complexos, e a política é um deles. Tudo leva a crer que a mulher continuará buscando outros avanços com idêntica determinação de alcançar resultados práticos, sem considerar que possam ainda querer delimitar suas áreas de trabalho e progressão espiritual”.
Na interpretação da professora JACY, o homem moderno já está agradavelmente surpreso por descobrir que a mulher se superou e continua marchando rumo a mais vitórias que ele sequer imaginava que estivessem ao seu alcance:
“Não cabe analisar nenhum caráter discriminatório, mas apenas o fator surpresa. Isso sucede pela constatação da capacidade da mulher em agir sem qualquer inferioridade profissional, se comparada às ações antes exclusivas ao homem. Poder-se-ia dizer que, por um tempo que parecia não ter fim, ela foi uma reclusa em vários países considerados cultos, confinada ao ostracismo social e profissional. Felizmente, conseguiu quebrar essas amarras e se ver livre desse estado de coisas. Afinal, o mundo evoluiu, e a mulher está no mesmo compasso dessa evolução”.
