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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

HIV é dez vezes mais comum em países africanos entre gays, diz estudo

Índices de infecção pelo vírus HIV entre homossexuais em alguns países africanos são dez vezes maiores do que entre heterosexuais, segundo pesquisa publicada na revista científica Lancet.


O estudo aponta que o preconceito em relação à comunidade gay leva ao isolamento e à intimidação de homossexuais, o que, por sua vez, contribui para comportamentos sexuais ainda mais arriscados. Mas os riscos não se limitam aos homens gays, já que muitos dos infectados também mantêm relações sexuais com mulheres.

O estudo recomenda um maior investimento em educação e pede mais recursos para o combate ao HIV e à Aids na região. Segundo a pesquisa, realizada por especialistas da Universidade de Oxford, a prevalência do vírus entre homens gays na África subsaariana se deve à "recusa cultural, religiosa e política em aceitar (homens homossexuais) como membros da sociedade".

O líder do estudo, Adrian Smith, disse à BBC que há "profundo estigma e hostilidade social em todos os níveis da sociedade em relação a comportamentos sexuais entre homens do mesmo sexo ou ao homossexualismo". "Como consequência, esse grupo se torna extremamente difícil de atingir", acrescenta. Smith afirma ainda que o sexo entre homens homossexuais foi sempre reconhecido como particularmente perigoso em termos do contágio pelo HIV.

Mas também há maior probabilidade de que homens gays na região tenham outros comportamentos arriscados, como trabalhar na indústria do sexo, manter relações sexuais com múltiplos parceiros e ter contato com usuários de drogas intravenosas. EducaçãoUm militante pelos direitos dos gays em Burundi, George Kanuma, disse à BBC que muitos homens "escondem sua preferência sexual" para se casar e ter filhos, mas continuam a ter relações sexuais com outros homens. "A maioria deles sabe que você pode contrair HIV/Aids ou qualquer infecção quando faz sexo com mulheres, mas não quando faz sexo com outros homens", disse.

Segundo Smith, "precisa-se desesperadamente de um pacote básico de prevenção contra o HIV" na África, incluindo a garantia de suprimentos adequados de preservativos. O pesquisador acrescenta que também é preciso conscientizar, educar e ensinar técnicas de prevenção na região. A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Aids calcula que há 33 milhões de pessoas no mundo infectadas pelo HIV - dois terços delas vivem na África subsaariana. Grã-BretanhaDe acordo com dados da Health Protection Agency, órgão britânico de proteção à saúde, 77,4 mil pessoas viviam com o vírus HIV na Grã-Bretanha em 2007.

Desse total, cerca de 32 mil (41%) eram homens que tinham relações sexuais com outros homens (ou MSM, na sigla em inglês), um termo técnico usado para definir o grupo que inclui bissexuais. O grupo de homens que se relacionam sexualmente com homens também respondeu por 41% dos novos casos de infecção por HIV em 2007, de acordo com a agência britânica. Os dados indicam que o grupo está entre os mais vulneráveis à infecção pelo HIV, mas os índices de incidência da infecção na Grã-Bretanha não chegam perto dos apresentados pelo estudo realizado na África subsaariana.
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