Acompanhei a última transmissão do jogo do Mixto Esporte Clube contra o América de Minas Gerais. Domingo alto em Cuiabá, lá fora o sol em brasa, queimando a pele e o cérebro dos que aqui vivem, e na TV dois locutores gritavam empolgados, visto que até aquele momento o Mixto de Cuiabá ganhava a partida, por magro um a zero, que depois virou mais de cinco a um contra. Um locutor era bem cuiabano, outro de sotaque indefinido, creio que daqui também. Mas aforante o sotaque dos dois, uma coisa me chamou a atenção. Sempre vi, e vivi, o time do Mixto, como o time najoritário de Cuiabá, do povão, brigador, lutador, que despertava grandes emoções, como todo time de massa. Neste dia, os locutores mandavam abraços efusivos ao Presidente da Assembleia, ao Secretário da Fazenda do Estado , a Deputados, ao Governador, todos membros da alta elite do Estado, e que estariam a ajudar ao time do Mixto. Tudo contrário às tradições Mixtenses, com X no meio mesmo, que sempre viveu e ganhou com a força do povo de Cuiabá, e não de sua elite. Presidente da Assembléia, Secretário de Fazenda, Governador, autoridades, sempre foram torcedores do Dom Bosco, quem nasceu aqui sabe disso. No fundo são todos fanáticos pelo Dom Bosco, dombosquinos de pura cepa, o leão da colina, e nem mesmos eles sabem disso. Ah, o Mixto foi direto pra quarta divisão do futebol pátrio. E o Dom Bosco acabou. Quem sabe não renasce com o o devido apoio.