Entre um corte e outro, uma agulha aqui, e uma linha acolá, Luiz Guimarães vai criando suas peças e fazendo aquilo que gosta. Ele vive de uma profissão muito antiga e que pouco se vê pelas cidades. É um alfaiate, que desenvolve o seu ofício em uma casa no centro histórico de Cuiabá, próximo à tradicional Praça da Mandioca.

Luiz tem 58 anos e há 40 vive entre tecidos e costuras. A arte lhe foi ensinada pelo pai que, por sua vez, a herdou do avô. Tradição de família, mas que nenhum dos filhos de Luiz resolveu seguir.

Antigamente, a profissão de alfaiate era envolta por mais glamour. “Quando eu comecei, não tinha tantas lojas de confecções espalhadas por aí. Todas as pessoas que queriam uma boa roupa iam até um alfaiate. Hoje as confecções tomaram conta”, lamenta Guimarães.

Ele afirma que a maior parte do serviço ficou por conta dos reparos em roupas, arrumações aqui e ali. Mas, ainda existem muitos clientes fiéis, que só fazem seus ternos e calças por medida, com antigamente.

Apesar da situação da profissão, com a competitividade desigual, Luiz não acredita que a profissão irá acabar, mas apenas ficar reduzida. “Aliás, já está bem reduzida”, completa.

Esse contexto chegou a desanimá-lo. Ele parou por alguns anos e tentou mudar de profissão, mas acabou voltando para o convívio das linhas e agulhas. “É o que eu gosto. Está no sangue”, sorri.

Segundo o portal Brasil Profissões, a profissão de alfaiate é das mais antigas do mundo. Desde os primórdios, no Egito, posteriormente na Grécia e Roma, durante a Idade Média e Renascença foi das mais importantes pela influência dos que a exerciam no âmbito social dos que bem vestidos se apresentavam.