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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Ouro retirado ilegalmente de Pontes e Lacerda pode abastecer crime organizado e enriquecer atravessadores

Ouro retirado ilegalmente de Pontes e Lacerda pode abastecer crime organizado e enriquecer atravessadores
O ouro que vem sendo retirado há mais de um mês de Pontes e Lacerda (400 quilômetros de Cuiabá) não pode ser vendido para compradores autorizados pelo Governo, as Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), e pode estar servindo para enriquecer atravessadores ou então vendidos no “mercado negro“.


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Isso porque falta uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) para aquela área. Sem esse documento, as DTVM não podem comprar o ouro. Atravessadores acostumados a negociar com essas empresas podem aproveitar a situação para comprar o ouro abaixo do preço e revender às DTVM como se fosse de outra área. No entanto, essa é uma tarefa difícil.

“O mais provável é que esse ouro seja vendido no mercado negro. Adquirido por organizações criminosas que mais tarde poderão usá-lo para lavar dinheiro de outras atividades”, analisou Gilson Camboin, presidente da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Peixoto (Coogavepe), uma das maiores associações de garimpeiros legalizados do Centro Oeste, que tem 12 anos de experiência na área.

De acordo com ele, o ideal seria o Departamento Nacional Produção Mineral (DNPM) expedir uma permissão especial para esses garimpeiros clandestinos venderem o ouro para as DTVM enquanto as autoridades legalizam a extração. “Eles venderia como ouro de superfície. É o mais adequado, para evitar outros problemas”, comentou.

Sem a venda legalizada, é impossível saber com certeza a quantia de ouro que está sendo retirada da região, bem como o município, estado e união perdem em arrecadação de impostos. Além disso, o meio ambiente pode ser degradado além o necessário devido a falta de fiscalização, apesar da extração manual, que está sendo utilizada, ser a menos nociva.

“No quesito social, apesar de estar tendo uma circulação, pelo que estamos ouvindo, essas pessoas não tem como comprovar a origem do dinheiro. Isso também é um problema. (...) E como não são pessoas com a cultura do garimpo, são comerciantes, são pessoas de todas as áreas que ouviram sobre a região, eles podem ter dificuldade em administrar algumas situações”, imaginou.

A Sema informou que neste primeiro momento, o trabalho será de inteligência, já que existem outros focos de exploração autorizados na região. A partir de resultados constatados por meio do número de trabalhadores e o impacto ambiental gerado, por exemplo, é que a situação poderá ser classificada como depredatória ou não.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que o garimpo será alvo de processo de investigação juntamente com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Ao Olhar Direto, o secretário Mauro Zaque, de Segurança Pública, afirmou que as atividades garimpeiras já estão sendo acompanhadas por ações de inteligência.
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