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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Pontes e Lacerda

'Corrida pelo ouro' reduz oferta por mão-de-obra em cidade de MT e até concessionárias migram para garimpo

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

'Corrida pelo ouro' reduz oferta por mão-de-obra em cidade de MT e até concessionárias migram para garimpo
“A cidade está igual propaganda do Posto Ipiranga. Precisa de um pedreiro? Foi pro garimpo. Preciso de um servente, eletricista, encanador? Foi pro garimpo”. A brincadeira é do vereador Ivanildo Amaral (PSD), ao tentar explicar a mudança social que a descoberta de ouro na Serra do Caldeirão tem provocado no município de Pontes e Lacerda. De acordo com ele, a atividade tem movimentado a economia do município e provocado uma redução na oferta da mão-de-obra, com parte da população procurando o enriquecimento rápido e deixando seus empregos.


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“Hoje tem lá cerca de tres mil pessoas e um grande problema: a expectativa de que todo mundo vai tirar ouro. Na verdade tem cerca de 30% a 40% das pessoas realmente pegando ouro dessas tres mil. A gente imagina que 1% será contemplado achando uma boa quantidade desse ouro. Porém, a esperança é de todos”, avalia.


O fluxo de moradores na serra onde o garimpo está sendo realizado está tão grande que empresas estão indo para o local atrás de clientela. É o caso da Cometa concessionária de motos. Um estande foi aberto no local e somente no período da manhã desta quarta-feira (14) uma moto foi vendida à vista além de três consórcios.

“Tem uns três dias aproximadamente que estamos atuando aqui. Estamos vendendo moto, consórcio, fazendo um plano de ação. Está dando bastande fluxo de pessoas aqui, a cidade em sí está meio quieta e a gente está indo atrás da fofoca e graças a Deus está dando certo. Vamos ficar ai enquanto tiver fluxo de pessoas”, comenta Maurício Marques da Cruz, 24 anos, um dos responsáveis pelo estande na Serra do Caldeirão.

A notícia do ouro se espalhou rapidamente na região. A descoberta tem cerca de 50 dias e o lugar começou a ser explorado por cerca de 40 pessoas. Hoje esse número passa de três mil, a grande maioria moradores da própria cidade.

“A cidade hoje tem duplicado seu volume de vendas no comércio, ela não tem tido um caso de violência, não existe violência na cidade e não houve um caso de violência no garimpo. O comércio que trabalha na área de mineralogia hoje não tem nem pá ou carriola, não tem picareta, não tem motores, mareteletes, não existe na região pra vender. Estão buscando em Rondonia e em São Paulo”, conta o vereador Ivanildo.

O parlamentar defende a manutenção da exploração, que está ameaçada e defende um modelo de cooperativas para o trabalho. “A região hoje precisa desse garimpo. É necessário que organizemos, existem cooperativas, mas oportuno é que seja organizado. O garimpo está na ilegalidade porque os órgãos competentes e o DNPM [Departamento Nacional de produção Mineral] são omissos e não fazem nada para ajudar.

Sem inflação

O vereador também afirma que não houve aumento de preços no comércio na cidade. “Não senti que houve majoração de preços. Houve sim pela escasses de produtos voltados para area de mineração, ferramentas de trabalho, até porque acabou. Mas nos mercados e tudo mais aumentou muito o fluxo de vendas, porém, sem aumentar preço consideravelmente”.
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