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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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quase escravidão

Sem receber, retirantes em MT não têm como retornar para suas casas

Nordestinos são aliciados por uma promessa de emprego próspero e um futuro melhor, longe de sua terra natal. Trabalhadores tentando dar melhores condições de vida para sua família largam tudo, juntam dinheiro e partem. Deixando para trás a mulher e os filhos.


Chegando ao destino, trabalham duro, mas não recebem nada. As condições são praticamente de trabalho escravo. Sem dinheiro algum não podem se sustentar, nem voltar para casa.

A descrição caberia perfeitamente ao roteiro de um filme nacional. Mas é a história de alguns brasileiros que tentaram ganhar a vida em Mato Grosso e tiveram suas expectativas frustradas frente às adversidades enfrentadas no Estado.

O cearense Silvano Antônio Pereira, 31, conta que foi aliciado por um rapaz identificado apenas como Santeiro, que prometia salário, alimentação e alojamento. O que de fato não ocorreu.

Santeiro nunca apareceu, e Silvano nunca recebeu um tostão pelo trabalho. E mais, a empresa não disponibilizou o alojamento prometido, e os funcionários tiveram que alugar um lugar para dormir, mas como o dinheiro não veio, não têm como pagar a conta.

A alimentação prometida pela está sendo dada, porém ao custo mensal de R$ 60, o alojamento, que fica próximo ao local de trabalho, custa R$ 80. O valor que deveria ser pago pela empresa é de R$ 16 por dia de trabalho ou R$ 0,25 por metro de cana cortada.

Silvano Antônio diz que só quer receber seu dinheiro para voltar à sua casa e matar a saudade de suas duas filhas. Ele confessa que não pretende mais voltar a Mato Grosso, assim como Lucivaldo Laurentino dos Santos, que aos 27 anos de idade, deixou no Alagoas suas duas filhas e a esposa para tentar ganhar a vida fora.

Lucivaldo soube da Usina Alcoopan por meio de um anúncio publicitário na rádio local, que avisava sobre a vaga de emprego, bem remunerado, numa usina em Mato Grosso. Ele não teve dúvidas, resolveu tentar a vida aqui. Não de certo e agora pretende voltar.

Segundo informações fornecidas pelos trabalhadores, cerca de 250 pessoas estão vivendo esta situação. E a Usina continua a recrutar trabalhadores nordestinos para trabalhar sem receber.


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