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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Jovens aderem a programas de trabalho para conhecer países

"Eu estava pensando em conhecer o Japão, mas como turista ia ser difícil", diz o estudante de engenharia Victor Tominaga, 21.

"Eu estava pensando em conhecer o Japão, mas como turista ia ser difícil", diz o estudante de engenharia Victor Tominaga, 21, para quem não era possível arcar com a viagem.


A solução que o garoto encontrou foi participar de um programa de "arubaito", que leva descendentes de japoneses para trabalhar em fábricas do outro lado do mundo.

Tominaga ficou no país de dezembro a março deste ano, trabalhando cerca de 12 horas por dia fazendo pão.

Apesar do cansaço ("o corpo se acostuma...") e da saudade de casa ("quis voltar na primeira semana"), o garoto curtiu e aproveitou para conhecer cidades como Tóquio e Yokohama.

Hoje, valoriza a experiência, que diz tê-lo deixado mais preparado para a vida e para o mercado de trabalho.

Assim como ele, outros jovens deixam o Brasil em busca de oportunidades profissionais em outros países -nem que seja apenas para bancar a viagem.

Mas, se trabalhar fora do país está nos seus planos, é melhor ficar atento ao que está acontecendo no mundo. A crise econômica diminuiu a oferta de vagas para trabalho temporário no Japão, por exemplo.

Procuradas pela Folha, diversas agências relataram ainda não saber se haverá programas de "arubaito" neste ano, devido à recessão no Japão.

Longe de casa

No caso de Pedro Ziolli Junior, 21, o destino escolhido foi Israel. O garoto trabalhou por seis meses em um kibutz na colheita e no plantio de vegetais.

Diferentemente do programa de "arubaito", que remunera em até US$ 5.000 mensais, atuar em uma fazenda israelense é uma atividade voluntária -recebe-se apenas ajuda de custo, além de alimentação e de moradia. "Mas, nos dias de folga, conheci o país, a Jordânia e o Egito", conta o rapaz.

A agência que levou Ziolli a Israel afirma que, devido ao conflito árabe-israelense, não há previsão de novas vagas em kibutz para breve.

Enquanto isso, a confederação mundial de viagens educacionais (Wyse Confederation) afirma que os programas de "au pair" cresceram 10% em relação a 2008, comparando março e abril dos dois anos.

Bom para estudantes como Raquel Amarins, 24, que trancou o curso de ciências sociais na USP para passar dois anos nos EUA trabalhando como babá. Hoje, fluente em inglês e de volta ao Brasil, trabalha em uma multinacional.

Cuidados

É recomendável ter cautela antes de entrar em um avião e passar meses longe de casa e de familiares.

Escolher bem a empresa que organizará a viagem, por exemplo, garante preços justos e assistência local, em caso de necessidade.

Mesmo assim, a experiência nem sempre é a esperada. Emanuel de Lima, 22, que o diga. O rapaz passou por poucas e boas recentemente, quando decidiu ir aos EUA como "au pair".

Começou com a lista de documentos (incluindo certificado negativo de antecedentes criminais), que ele levou um mês para reunir. Depois, foram cinco meses até que uma família americana se interessasse em contratá-lo. "Eu já estava me achando um derrotado."

Passada a longa espera, Lima chegou aos EUA. O plano era ficar lá por pelo menos um ano. Ficou três meses.

Primeiro veio a saudade de casa. "Chorei por duas horas, quando desfiz as malas", conta. Depois, não se adaptou à família. Foi quando decidiu voltar.

Apesar da experiência ruim, Lima não faz pouco caso do programa. "Tem pontos negativos, mas é também uma maneira de sair do país", afirma.

O que é "au pair"?

Programas que levam jovens aosEUApara cuidar de crianças.Ataxa de participação é de cerca de US$ 900 (para um ano) e cobre passagens aéreas, além de hospedageme alimentação na casa da família americana. Há remuneração de cerca de US$ 150 semanais, também. De 18 a 26 anos. Exige visto.

O que é Kibutz?

Propriedades coletivas em Israel em que voluntários, não necessariamente judeus, trabalham por cerca de dois meses. Geralmente, as tarefas são agrícolas. Há taxa de cerca de US$ 300. Hospedageme alimentação estão inclusos, mas passagem aérea, não. Ajuda de custo de aproximadamente US$ 80 por mês. De 18 a 35 anos. Não exige visto.

O que é "arubaito"?

Trabalho temporário no Japão feito por descendentes de japoneses (no máximo, netos).As atividades costumam ser braçais,em fábricas, e envolver jornadas longas.Dura cerca de três meses.A taxa de aproximadamente US$5.000 inclui passagem aérea, hospedagem e alimentação.O salário gira em torno de US$5.000 mensais. Exige visto.

Fique atento


- Converse com quem já participou do programa e peça que indique uma agência confiável.

- Antes de fechar negócio, consulte a reputação da empresa em comunidades do Orkut e do Facebook.

- Verifique se a agência escolhida tem escritório físico e endereço fixo.

- Questione a respeito de cada taxa e de cada etapa do processo.

- Não embarque sem antes entrarem contato coma família com que vai morar, no caso de 'au pair'.

- Prefira programas que ofereçam seguro e assistência local, para o caso de emergências.

- Em épocas de crise, a carga horária de 'arubaito' costuma diminuir, o que reduz também seu salário.
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