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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Brasil

Projeto cultural da Olimpíada oferece curso de teatro a pessoas com deficiência

Um projeto do Circuito Cultural Rio, desenvolvido pela PAR Cia. de Teatro, oferece um curso gratuito de teatro para pessoas com deficiência. A iniciativa, batizada de Incubadora Cênica, inclui aulas de história do teatro e gêneros teatrais, interpretação, voz, corpo, iluminação, figurino e cenário. A nova edição do Circuito Cultural foi idealizada pela prefeitura do Rio para a programação cultural dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.


As aulas começaram esta semana no Centro Municipal de Cultura e Cidadania Calouste Gulbenkian, no centro da cidade, e vão até o dia 13 de setembro. No fim do curso, os alunos vão se apresentar em mostras de cenas curtas. O Incubadora Cênica foi selecionado pelo Programa Fomento Cidade Olímpica dentro da linha Arte Sem Limites, que dá apoio a atividades, espetáculos, processos de formação e companhias que envolvam acessibilidade e inclusão nas artes, em diversas linguagens.

Fundada em 2014 por artistas com e sem deficiências, a PAR já tinha o objetivo de aumentar a acessibilidade na área teatral, com a inclusão de artistas com deficiência nas produções culturais. “Desde o início do nosso trabalho, a gente já vinha trabalhando com essa mistura. Artistas com e sem deficiência atuam em conjunto, no mesmo processo de trabalho e de pesquisa de linguagem, com total autonomia”, disse o diretor artístico da companhia, Mati Lima.

Segundo Lima, o curso é voltado para iniciantes e a intenção não é formar atores. “O nosso intuito é conscientizar o cidadão que tem uma aptidão artística ou os atores que desejaram estar conosco também nesse projeto com pessoas com deficiência, para trabalhar em conjunto. É assim que se dá uma pesquisa de linguagem e se faz, realmente, a inclusão.”

A companhia ofereceu 40 vagas para pessoas de 12 a 70 anos de idade. “Já há fila de espera, caso ocorra alguma desistência, não para de chegar e-mail. Tudo isso comprova que a gente apostou certo”, comemorou Lima.

Adaptação

O diferencial do curso, segundo o diretor artístico da companhia, é que o programa vai se ajustar à necessidade dos alunos e não o contrário. Ontem (6), durante a aula inicial, como os dirigentes do projeto não sabiam que deficiências os alunos apresentariam, alguns exercícios tiveram que ser adaptados a cadeirantes. “Alguns jogos cênicos que seriam no chão tiveram uma ampliação corporal, porque a gente precisa adquirir o mesmo resultado, em igualdade para todo mundo. Esse é um diferencial”, disse Lima.

Todas as aulas serão acompanhadas por um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atender aos alunos com deficiência auditiva. Também há audiodescrição e um piso tátil, para ajudar a guiar alunos com deficiência visual no espaço cênico.

A metodologia das aulas tem como base uma experiência da companhia teatral de 2015, quando o gripo encenou o espetáculo Nhac! Uma Lição de Queijo, de Ed Anderson, do qual participaram dez atores e atrizes da companhia, dois quais dois - Moira Braga e Felipe Rodrigues - são deficientes visuais.

Hoje, a companhia tem sete integrantes, dois deles com deficiência. “Tudo foi feito a partir da nossa própria experiência, no corpo a corpo dos atores”, contou o diretor artístico.
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