A relação entre Neymar e Barcelona vai muito além das quatro linhas. Contratado em 2013, o brasileiro se tornou protagonista de brigas na Justiça, multas e disputas políticas que mudaram o cenário dentro do clube. 

Quando chegou à Espanha três anos atrás, o dono da camisa 11 blaugrana foi apresentado pelo então presidente Sandro Rosell. Mas, com o escândalo envolvendo a contratação do brasileiro - o que viria a ser conhecido como 'caso Neymar' - o então responsável por gerir o Barcelona se demitiu do cargo, em janeiro de 2014, após denúncias relacionadas à compra do atacante brasileiro.

Agora, o substituto de Rosell também corre risco de 'cair'. Na segunda-feira, Josep Maria Bartomeu, atual presidente do Barça, confirmou acerto entre clube e Justiça para que ele e Rosell fiquem imunes de punição no caso Neymar. Em reunião dos diretores, foi aprovado o pagamento - de forma unânime - de 5,5 milhões de euros (R$ 21,5 mi) para o Estado.

Mas, a opção que Bartomeu chama de "a melhor para o clube" não foi bem aceita por outras pessoas ligadas ao Barcelona. Joan Laporta, por exemplo, que presidiu os blaugranas entre 2003 e 2010, criticou duramente a atitude da atual direção. "É vergonhoso que Bartomeu e Rosell utilizem a dignidade e o dinheiro do Barça para se livrarem da má gestão", disse, lembrando que o acordo com a Justiça livra o atual e o ex-presidente de pedidos de prisão.

Na mesma linha de Laporta, o grupo de sócios Manifest Blaugrana começou uma campanha para a adesão de membros que queiram denunciar o acordo feito entre o Barça e a Justiça espanhola. Quando formalizada, a reclamação será levada para a Comissão de Disciplina do Barcelona.

Enquanto isso, o presidente atual terá seu cargo julgado pelos sócios da equipe. Ainda na segunda-feira, Bartomeu anunciou que a primeira Assembleia Geral do time na temporada 2016/2017 votará para decidir se o dirigente de 53 anos fica, ou não, na função. "Se o sócio acredita que a gestão não é bem feita, nós iremos", comentou.