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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Itália e França têm mais medalhas na esgrima que o Brasil em toda a história

Foto: Reprodução

Itália e França têm mais medalhas na esgrima que o Brasil em toda a história
Se Itália e França fossem representadas nos Jogos Olímpicos apenas pela esgrima, os dois países ficariam à frente do Brasil no quadro de medalhas da era moderna, mesmo com os brasileiros somando todas as conquistas nos mais diversos esportes. Os números da esgrima nos dois países europeus - uma das quatro modalidades que fizeram parte do programa olímpico desde a sua primeira edição, em Atenas, em 1896 - chamam a atenção. Os italianos possuem 121 medalhas, seguidos pelos franceses com 115. O Brasil, se levar em conta todas as suas medalhas, tem 108.



Os números da modalidade também impressionam se levado em conta o número total de medalhas desses dois países desde os primeiros Jogos Olímpicos. Os italianos já conquistaram 549 medalhas, o que o faz ocupar o sexto lugar no quadro histórico até Londres-2012, e a esgrima é responsável por 22% desse número. A França, quarta colocada no geral, somou 17% de suas 671 medalhas através da esgrima.


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A tradição italiana na esgrima remonta à Baixa Idade Média, entre os anos 1350 e 1500, quando o Brasil sequer havia sido descoberto. A disputa com espadas, que surgiu entre guerreiros anos antes de Cristo, ganhou contornos desportivos entre 1409 e 1410, quando o cavaleiro italiano e mestre de armas Fiore dei Liberi redigiu um tratado chamado “Flos Duellatorum". Nele, descreve um sistema de luta completo que inicia a história do país na modalidade, e de onde começa a se espalhar para outros países da Europa.


No século XVII, o domínio das espadas passou dos italianos para os franceses, o que fez surgir uma rivalidade que dura até hoje na modalidade. Foi na França que surgiram as primeiras escolas de esgrima, com a criação de novos golpes, como o que mirava a perna do adversário, assim como o uso da mão desarmada no combate. E foi com o Rei Luís XIV que a esgrima francesa chegou ao ápice, e ganhou ainda mais força com os “mosqueteiros”, depois que um folhetim do francês Alexandre Dumas virou um romance de sucesso em todo o mundo. Os golpes foram aperfeiçoados, assim como o jogo de pernas. Depois de muitas mortes em combate, o século XVIII inaugurou o início do uso racional das armas brancas.

Segundo o mestre de armas brasileiro Jacques Cramer, Major do Exército, os primeiros tratados falavam sobre a posição de guarda, a esquiva, o golpe à face, bem como do uso da espada e do punhal para a defensiva. As espadas, nessa época, eram longas e com a ponta perfurante, chamadas durindanas.


- A Itália foi quem fez os primeiros tratados, como forma de jogar, luta com lanterna, luta em vielas, e com adagas, por exemplo. E a França começou o ensino sistemático, com as escolas de esgrima. A Itália iniciou os estudos e a França os desenvolveu. Antes da universalização, esses dois países dominaram a esgrima. Daí criaram uma rivalidade que dura até hoje. A Itália ainda tem um domínio no florete feminino, e a França na espada. Mas, a partir da década de 70, a Hungria e a Ex-União Soviética começam a se destacar. Na década de 90 e nos anos 2000 começa uma globalização de fato, com a chegada de países como China, Japão e Coreia do Sul. Hoje, todos têm acesso às informações e estudos do esporte.

A Itália tem os maiores medalhistas olímpicos da história da esgrima, tanto entre os homens como entre as mulheres. Edoardo Mangiarotti, que morreu aos 93 anos pouco antes dos Jogos de Londres-2012, conquistou 13 medalhas olímpicas, seis delas de ouro, cinco de prata e duas de bronze, entre florete e espada. Ele foi porta-bandeira em duas Olimpíadas, Melbourne-1956 e Roma-1960. Em 2003, Mangiarotti foi eleito o melhor esgrimista da história pelo Comitê Olímpico Internacional.

O país também tem a mulher com mais medalhas na modalidade, e que será ausência sentida na Rio 2016. Aos 42 anos, Valentina Vezzali se aposentou no Rio de Janeiro em abril, durante o Mundial de florete por equipe, que serviu de evento-teste. Ela tem seis ouros, uma prata e dois bronzes. Como não conseguiu a vaga individualmente, e a Olimpíada não terá a disputa por equipe no florete, ela encerrou a carreira antes daquela que seria sua sexta Olimpíada.

Do lado da França, um nome em especial pode ter um significado maior para os brasileiros. Laura Flessel-Colovic é um dos ícones do esporte no país, e no Rio de Janeiro carregará as cores verde e amarela. Dona de cinco medalhas olímpicas na espada - duas de ouro, uma de prata e duas de bronze -, ela será uma das técnicas da esgrima brasileira em agosto. Depois de ser a porta-bandeira da França em Londres, há quatro anos, onde se despediu das pistas como atleta, ela virou treinadora e hoje é a técnica da ítalo-brasileira Nathalie Moellhausen. Naturalizada, Nathalie tem no currículo um título mundial em 2009, com a equipe da Itália, e atualmente é a 24ª do ranking mundial.


Nos anos 20, a França contou com o destaque de Lucien Gaudin, que conquistou quatro ouros e duas pratas, entre espada e florete. Entre os anos 40 e 50, quem brilhou nas pistas foi Christian d'Oriola, também com quatro outros e duas pratas entre as mesmas duas armas, já que o sabre entrou mais tarde na modalidade.

Na espada masculina, os dois países contarão com nomes de destaque no Rio de Janeiro, em agosto, e que estão entre os favoritos na disputa por medalhas. O líder do ranking é o francês Gauthier Grumier, de 32 anos. Logo atrás, na segunda posição, aparece o italiano Enrico Garozzo, de 26 anos.

No sabre masculino, a França deposita suas principais chances em Vincent Anstett, de 33 anos. Ele é o quinto no ranking, e tem adversários russos, sul-coreanos e húngaros como principais rivais na briga por medalhas.

Entre as mulheres, a Itália chegará ao Rio de Janeiro com boas chances na disputa por equipes, liderada na espada pela jovem Rossella Fiamingo, de 24 anos, quarta colocada no ranking mundial. Ela tem como principais rivais as três primeiras do ranking, a chinesa Anqi Xu, a turca Sarra Besbes e a russa Tatiana Logunova.

Já no florete feminino, a campeã olímpica em Londres, Elisa Di Francisca, hoje sexta do mundo, tentará o bicampeonato. Para chegar lá, ela terá entre suas principais adversárias a compatriota Arianna Errigo, prata na última Olímpiada e atual líder do ranking. A francesa Ysaora Thibus, quinta do ranking, também chega ao Rio como candidata a medalha.

No sabre, ainda entre as mulheres, a francesa Cecilia Berder é a número 9 do ranking, enquanto a italiana Rossella Gregorio é a 15ª. Elas são as principais atletas dos dois países nessa arma.

A equipe masculina de espada da França é a atual líder do ranking, enquanto os italianos ocupam a terceira posição. No sabre feminino por equipes, as francesas ocupam hoje o terceiro lugar. E, no florete masculino, a Itália lidera o ranking, com os franceses em quarto. Os dois países prometem aumentar ainda mais a conta da esgrima nos Jogos Olímpicos.
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