Mobilizados pela votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Roussef (PT), cerca de 1500 manifestantes (segundo a organização) se reuniram na Praça 8 de Abril, em Cuiabá, na tarde deste domingo (31). No local, integrantes de grupos como o "Vem pra Rua", "Movimento Muda Brasil" e "Movimento Brasil Livre" contaram com bonecos infláveis da presidente e de seu antecessor, Lula, trio elétrico e bateria de samba para demonstrar apoio à operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF) e pedir por renovação política.
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Para a realização do ato, chamado “Brasil Passado a Limpo”, a Avenida Getúlio Vargas foi fechada da Praça Alencastro, de onde subiu um dos grupos, até a altura do tradicional Choppão, na região nobre da Capital. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), a Polícia Militar (PM) estimou que 200 pessoas estiveram presentes. Vestidos de verde e amarelo os manifestantes também declararam apoio a gestão do presidente interino Michel Temer (PMDB), mesmo diante dos vários casos de corrupção envolvendo membros do seu governo.
É o caso da historiadora Maria Helena, de 50 anos, que acredita que as medidas tomadas pelo atual gestor tem ocasinado em mudanças positivas ao país. “Nós viemos apoiar o impeachment. A gente quer que o país se defina politicamente, pra ver se deslancha a economia, que está muito parada e prejudicando todo mundo. Ele [Temer], está tentando fazer o país voltar pros trilhos, tomara que ele consiga. Acredito que mais um ano que ele fique no poder ele vai arrumar muita coisa", afirmou.
O representante do Movimento pela Ordem (MPO), Alexandre Alves, disse que foram esperadas de três a cinco mil pessoas para o protesto, e lembra que além do apoio ao impeachment e à Lava-Jato, uma das principais pautas é a aprovação de uma lei com medidas anticorrupção. “Queremos a votação do impeachment o mais rápido possível, porque o tempo corre contra o processo, favorecendo partidos, pessoas e grupos que ajudaram a deixar a nação com essa dificuldade que vivemos hoje.”
Com relação às críticas ao Movimento Vem pra Rua, que teria envolvimento financeiro com alguns partidos, um dos representantes em Mato Grosso, Júnior Macngnam, defendeu que o grupo pede por cadeia a todos os políticos corruptos, independentemente de partidos. “Hoje o Vem Pra Rua está fazendo manifestações em 201 cidades e em nenhuma delas nenhum político subiu no palanque. Eles tem a liberdade de vir, mas nunca irão ao nosso palanque. Somos um movimento apartidário, até para manter a liberdade de críticas em relação a qualquer governo", alegou Macagnam
Júnior avalia ainda que a equipe econômica de Temer conta com profissionais de alto gabarito, mas aponta como prejudiciais os aumentos dados aos servidores do Poder Judiciário e ao Bolsa Família. “Se estamos falando em um déficit fiscal de R$170 milhões esperamos que se faça um enxugamento.”
Ao longo do protesto, vários participantes foram chamados ao trio elétrico para apresentarem seus posicionamentos sobre o panorama político enfrentado. Muitos reclamaram da ausência de público, atribuída à rápida divulgação do manifesto nas redes sociais. De acordo com a Polícia Militar (PM), que deslocou 400 profissionais para o evento, não foi registrada nenhuma ocorrência envolvendo desentendimentos entre os presentes. O evento foi finalizado por volta das 18h e a via liberada.
