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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Saem as armas, entra a medalha: Sérvia e Croácia fazem a final do polo

É normal avaliar uma partida entre Sérvia e Croácia como algo mais que um jogo. Afinal, trata-se de dois países da ex-Iugoslávia que se enfrentaram numa guerra com batalhas militares, políticas e ideológicas. No entanto, a decisão da medalha de ouro do polo aquático masculino tem elementos que reforçam um grande embate esportivo. O confronto que começa às 17h50, no Estádio Aquático, reúne as duas maiores potências da modalidade. Na preliminar, às 11h40, o Brasil enfrenta a Espanha pela sétima colocação na Olimpíada.


A antiga Iugoslávia é uma das maiores medalhistas olímpicas do polo aquático, com três ouros (1968/84/88) e quatro pratas. Dessa forma, a nação que unia sérvios e croatas criou duas das principais seleções de polo aquático do mundo, que por motivos óbvios tornaram-se rivais. Em Londres-2012 a Croácia conquistou a medalha de ouro, e a Sérvia foi bronze.

Mas a Sérvia é maior ganhadora de títulos no atual ciclo olímpico. Desde 2013 foram quatro Ligas Mundiais, um Mundial, dois Europeus e uma Copa do Mundo. Em todas essas conquistas, foram duas finais com a Croácia e duas vitórias. Falta, portanto, apenas a medalha de ouro. A Sérvia vem de dois bronzes consecutivos (Pequim e Londres) e uma prata como Sérvia e Montenegro (Atenas). Não faltam motivos para que o lugar mais alto do pódio no Rio de Janeiro seja uma obsessão.

- É uma pressão, porque eu já fui cinco vezes campeão europeu, três vezes mundial e só falta o título mais importante de todos. Essa é talvez a última chance para mim e para outros jogadores aqui, e por isso estamos encarando essa como a chance das nossas vidas. Queremos tirar a pressão, porque no nosso país desde o início todos dizem que seria fácil, já que temos o melhor time. Mas isso não importa se você não vencer. Por isso não quisemos muito olhar os jornais da Sérvia. Lá estão todos muito convencidos de que vamos ganhar - ressaltou Slobodan Nikic, de 33 anos, um dos mais experientes de uma seleção que tem média de idade de 28 anos.

Considerado o Messido polo aquático, um dos atletas mais valorizados do mundo, Filip Filipovic é outro a admitir que a Sérvia chega à decisão movida pela comoção de um país que tem este esporte como uma de suas maiores paixões. A pressão, aliás, fez com a campanha sérvia no Rio começasse irregular. A seleção empatou os dois primeiros jogos e perdeu o terceiro para o Brasil, na maior zebra do torneio. Mas se recuperou, conseguiu a classificação paras as quartas de final na última rodada e depois engrenou.

- Todos esperam essa medalha de ouro, e isso é difícil de explicar num país de quase 10 milhões de pessoas. Conquistamos todos os títulos nos últimos anos, e estamos encarando essa como mais uma final. Queremos terminar esse ciclo da nossa maneira.

Para conquistar o ouro inédito, vale até mesmo mudar de hábitos. Slobodan Nikic, por exemplo, tem o apelido de Polvo Paul, em referência ao molusco que, dizia-se, tinha o dom de acertar os vencedores dos jogos de Copa do Mundo de 2010 de dentro de um aquário na Alemanha. No caso do jogador sérvio, ele tem o costume de, antes do início de cada competição, escrever suas previsões de resultados num papel, guardá-lo e mostrar aos companheiros ao fim da competição. Mas para os Jogos do Rio, decidiu não fazê-lo.

- Tenho alguns rituais antes das competições, mas digamos que nunca funcionou em Olimpíadas. Por isso dessa vez eu quis deixar essas previsões e rituais de lado e só jogar polo. Porque quando jogamos polo nós somos os melhores, sem dúvida. Então dessa vez eu não estou pensando em previsões - explicou Nikic.
 
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