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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Polícia divulga vídeo do suspeito de matar menina em colégio de PE

A Polícia Civil divulgou, nesta quinta-feira (8), um vídeo com imagens do homem suspeito de matar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada a facadas no dia 10 de dezembro do ano passado, durante uma festa no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Nas filmagens é possível ver o suspeito andando ao redor do colégio e entrando na quadra onde acontecia a festa, 20 minutos antes de Beatriz ser vista pela última vez.


Ainda segundo as investigações, foram identificados dois perfis de DNA, distintos, do sexo masculino. Um deles foi encontrado na faca utilizada no crime e o outro nas unhas da mão direita da criança. Além dessas duas pessoas, outras cinco, que eram funcionárias do colégio, ainda são consideradas suspeitas de participar do assassinato.

A polícia revelou também que já tem elementos que apontam para o local onde a vítima pode ter sido morta.

Beatriz foi assassinada com cerca de 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã de menina era uma das formandas.

A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra.

Minutos depois o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após de um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Até o momento ninguém foi preso e a polícia não descarta nenhuma linha de investigação. Para o delegado Marceone Ferreira, que coordena as investigações, tudo indica que o crime não foi planejado para atingir Beatriz, mas, qualquer outra criança. O promotor responsável pelo caso, Carlan Carlo, acredita que a morte tenha motivação religiosa.

No início das investigações, um retrato falado do suspeito, que abordou a vítima no bebedouro, foi divulgado, mas o homem ainda não foi localizado pela polícia.

Imagens

Segundo a polícia, o material só foi divulgado agora porque as imagens precisaram ser analisadas de forma minuciosa. Os vídeos são de câmeras de segurança de estabelecimentos ao redor do colégio e das câmeras de monitoramento da Secretaria de Defesa Social (SDS). Todos os horários foram sincronizados, inclusive, com o material disponibilizado pela equipe que realizava a filmagem oficial do evento.

O homem com características de cor negra, magro, com as costas curvas, ombros largos e alto, identificado nas imagens, é o mesmo descrito por testemunhas como o suspeito que estava no bebedouro no momento em que Beatriz foi abordada. Ele tem um andar peculiar e cabelo volumoso.

Às 20h30 o homem trajando calça jeans azul e camisa tipo polo verde, com características idênticas ao mesmo indivíduo do bebedouro é identificado pela primeira vez nas imagens. Ele é filmado transitando em torno do colégio, pela calçada, mas não segue no sentido da escola e vira a esquerda. Uma hora e nove minutos depois ele volta ao local, faz o mesmo trajeto e segue no sentindo da Avenida Guararapes.

“Ele chega no portão da festa, para, coloca a mão na cintura, observa, dá uma olhada no movimento e aproveita e entra na escola”, detalha o delegado Marceone Ferreira. Pelo menos em dois momentos, ele é fotografado pelas câmeras de pessoas que estavam na festa. O último registro de foto foi feito às 21h51, no final das escadas.

Às 21h59 o suspeito é visto pela última vez por uma testemunha, que foi a última pessoa a sair do local do bebedouro e subir em direção a quadra. A polícia afirma que 12 segundo depois, Beatriz desce sozinha e não é mais vista. Após 20 minutos a mãe da menina, Lúcia Mota, desce para procurar a filha e não a encontra. Às 22h40, o professor da instituição e pai da criança, Sandro Romilton sobe ao palco e pede a ajuda dos convidados para procurar Beatriz.

Uma testemunha que estava no evento e que preferiu não se identificar contou o que viu. “Já perto do final da festa, quando a banda tocava, o professor Sandro subiu ao palco, já bastante angustiado e começou a chamar pela filha dele, perguntando: 'Bia, minha filha, cadê você? Pessoal, alguém achou a minha filha?'", afirmou.

A polícia afirmou ainda que não tem imagens do suspeito saindo pelo portão principal da festa, que fica na avenida Guararapes, após o homicídio.“Nós estamos ainda revendo as imagens, mas não temos a confirmação dele saindo do local do crime”, disse o delegado.

DNA dos suspeitos

Através da perícia feita na faca utilizada no crime e nas mãos da vítima, a polícia conseguiu identificar dois tipos de DNA diferentes, do sexo masculino e que estão ligados ao crime.

“Nós conseguimos encontrar um perfil genético no cabo da faca. Diante de vários exames e a partir da análise desse material, nós temos a certeza de que esse perfil, de um indivíduo do sexo masculino, foi o que utilizou aquela faca na cena do crime", assegurou o perito chefe do Grupo Especializado em Perícias de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP), Gilmário Lima.

Também foi colhido material de uma parte do corpo da criança. "O outro perfil genético foi através do exame por baixo das unhas da vítima, onde a gente encontrou um perfil, também do sexo masculino, distinto do encontrado na faca. Ou seja, na cena do crime nós temos DNA de dois suspeitos”, apontou Gilmário.

Retrato falado

A partir do DNA capturado na cena so crime, a polícia estuda a possibilidade de fazer um retrato falado com base nos perfis genéticos.

“Nós entramos em contato com um laboratório nos Estados Unidos e estamos tentando ver a possibilidade de usar a técnica do retrato falado a partir do perfil genético. Isso já logrou êxito nos Estados Unidos, em mais de um caso. Já conversei por e-mail e por video conferência com um especialista nesse caso e estamos tentando viabilizar essa possibilidade.”, contou o perito.

Local de execução do crime

Em abril, durante uma entrevista, Gilmário Lima afirmou que Beatriz não foi morta na sala onde foi encontrada.  Na época, a polícia ainda não tinha encontrado indícios que levassem até a área onde a criança foi esfaqueada. Durante a coletiva desta quinta-feira (8), o perito confirmou que foram encontrados elementos que apontam para o lugar onde a vítima foi assassinada, mas não entrou em detalhes.

“Nós fizemos análise em diversos locais e temos um local, que passou por uma filtragem maior e encontramos algumas evidências nesse lugar e isso está no laudo. Porém, mantemos isso em sigilo. Mas, é um local bem próximo de onde o corpo foi encontrado”, garantiu Gilmário.

Crime

Beatriz saiu de perto da mãe, Lúcia Mota, por volta das 21h59, quando pediu para ir até o bebedouro, localizado na parte inferior da arquibancada e não retornou mais. O corpo da menina foi encontrado por volta das 22h50, em uma sala de material esportivo que estava desativada, devido a um incêndio que ocorreu em outubro de 2015.

Suspeitos

A polícia trabalha com a possibilidade de que mais de uma pessoa tenha assassinado a criança. “Pelas lesões, são lesões concentradas e que também podem ser de um agressor ou mais de um agressor, a gente também não descarta isso, devido a complexidade do caso. O fato de ter sido encontrada só uma faca, não quer dizer que foi apenas um", explicou Marceone.

O delegado disse que, pelo menos, cinco pessoas que eram funcionários do colégio podem ter participado do crime. Segundo Marceone, essas pessoas mentiram ou entraram em contradições durante os depoimentos. Mas, ele alegou que até o momento não tinha provas suficientes para pedir a prisão de possíveis envolvidos na morte.

Em março, o colégio noticiou que todos os funcionários declarados como suspeitos pela polícia foram demitidos da escola.

Ainda de acordo com a polícia, 10 dias antes do crime, três chaves do colégio sumiram. Elas teriam passado por dois assistentes disciplinares e um segurança. Ao final do dia, o fato foi registrado em um livro de ocorrência da escola. Para a polícia, as chaves podem ter sido utilizadas como rota de entrada e fuga dos suspeitos.
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