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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Número de matriculados em graduação a distância dobrou entre 2007 e 2008

Imagine uma universidade sem salas de aula, horário de entrada nem conversa no fundão. Professor, só pela tela do computador. E você estuda onde e a hora em que quiser.

Imagine uma universidade sem salas de aula, horário de entrada nem conversa no fundão. Professor, só pela tela do computador. E você estuda onde e a hora em que quiser.


Interessado? É a graduação a distância, modalidade que cresce em ritmo vertiginoso no país e oferece cerca de 1,5 milhão de vagas em 145 instituições, cerca de 70 das quais públicas.

Apenas entre 2007 e 2008, o número de alunos quase dobrou; saiu de 397 mil para 761 mil. A participação dessa modalidade no ensino superior saltou de 4,2% para 7,5%.

Se entrar é fácil, desistir também: a evasão chega a 70% em alguns casos. Segundo coordenadores de cursos, só vai bem nesse tipo de curso quem é organizado, disciplinado e tem concentração para conseguir estudar em casa ou no trabalho.

Essa é uma das razões para os cursos de graduação a distância atraírem um público mais velho do que o do vestibular de cursos convencionais. Cerca de 68% dos alunos têm a partir de 25 anos, aponta censo de 2008 da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).

É o caso de Renato Ignácio, 47, de Ribeirão Preto (SP), que voltou a estudar após largar duas faculdades e não queria trocar a convivência familiar pela sala de aula. Ou de Irene Lício, 57, que diz aprender melhor com o estudo individual. Ignácio estuda sistemas de informação na UFSCar (federal de São Carlos); Irene, administração na Anhembi Morumbi.

Os dois dizem se empenhar porque estudar pouco, na educação a distância, é fracasso certo. "Quem pensa que o curso é de final de semana se dá mal. Nosso aluno tem de estudar ao menos 24 horas semanais", diz Daniel Mill, coordenador de educação a distância da UFSCar que, no último vestibular, ofereceu 650 vagas em cinco cursos. As inscrições neste ano começam em dezembro.

Para Ignácio e Irene, o ritmo puxado torna o aprendizado do aluno mais consistente. "Você aprende a raciocinar. O conhecimento se solidifica", diz ele, que estuda de madrugada. "No presencial, divaga-se mais."

Em 2007, o Enade (exame do Ministério da Educação que avalia universitários) revelou que alunos de cursos a distância se saíram melhor do que os de presenciais em 7 de 13 áreas em que houve a comparação.

Mas não é sempre que educação a distância significa qualidade: em 2008, o MEC mandou desativar 1.337 polos de educação a distância no país, há mais de 5.000. Nesta semana, o ministério abriu processo para descredenciar a Unitins (Fundação Universidade Estadual Tocantins), que recorrerá.
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