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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Mianmar condena Nobel da Paz pró-democracia a prisão domiciliar

A Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, 64, líder da oposição pró-democracia em Mianmar (ex-Birmânia), foi condenada a três anos de prisão e trabalhos forçados, nesta terça-feira, por ter violado a prisão domiciliar. Porém, após o anúncio do veredicto, a Junta Militar que governa o país decidiu reduzir a pena a mais 18 meses de prisão domiciliar.


Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos presa e, com a nova condenação, está impedida de participar nas eleições nacionais que a Junta Militar promete realizar em 2010.

No anúncio da sentença, nesta terça-feira, o ministro do Interior do país, general Maung Oo, disse que a pena de Suu Kyi foi reduzida com o objetivo de manter a "paz e a estabilidade" e por ela ser filha do general San. Usando um tradicional vestido birmanês de cor rosa e cinza, Suu Kyi, que permaneceu por todo o tempo com um semblante sério, segundo diplomatas presentes na sala, se despediu do tribunal com um "obrigada pelo veredicto".

O julgamento de Suu Kyi, tachado de "farsa" pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, e por outros líderes mundiais, foi dominado pela obscuridade própria do regime militar e pelas dificuldades que os juízes colocaram para os advogados de defesa. Cedendo às pressões internacionais, por fim, a Junta Militar decidiu permitir acesso de diplomatas às audiências, realizadas em uma penitenciária.

Suu Kyi e o partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), foram vencedores das últimas eleições ocorridas em Mianmar, as legislativas de 1990. Na ocasião, Suu Kyi recebeu 82% dos votos. Entretanto, o regime militar nunca reconheceu a sua derrota. Suu Kyi é filha do general Aung San, o herói da independência do país, assassinado em 1947.

Para opositores dos militares, inclusive, a última acusação que pesa contra a Nobel da Paz, de violação da prisão domiciliar, é uma desculpa para mantê-la distante da política.

Mianmar é governada por militares desde 1962. A junta militar que comanda o país chegou ao poder em 1988, após acabar com manifestações pró-democracia e matar cerca de 3.000. Em setembro de 2007, a ditadura esmagou protestos pró-democracia no país e matou ao menos 16 , segundo organizações de defesa dos direitos humanos, foram 31.
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