O prefeito interino de Primavera do Leste, vereador Leonardo Bortolin (PMDB), está enfrentando uma luta contra o tempo para se por a par da situação do município e colocar a máquina pública para funcionar. Ele se elegeu presidente da Câmara Municipal no último dia primeiro de janeiro e já foi alçado à condição de prefeito sem qualquer tempo para transição. Em pouco tempo montou seu secretariado e agora está iniciando uma gestão que tem o futuro incerto.

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O motivo do imbróglio são os problemas com o registro de Getúlio Viana, que concorreu ao pleito em 2016 com a candidatura sub judice e não pode assumir o cargo após vencer nas urnas, mas sofrer derrotas na Justiça Eleitoral.
 
“Estamos com expediente das 5h30 da manhã às 10h da noite. E isso não é exagero. Eu acho que como nós não sabemos o período que ali vamos estar e a sociedade espera muito de nós. Nós temos que fazer dez dias de cada dia para poder executar pelo menos o mínimo em questão orçamentária”, argumento o prefeito.  
 
Na composição do seu staff, Bortolin procurou profissionais com perfil técnico por conta do tempo curto que tem para trabalhar. “Não sei se vou ficar mais uma semana, um mês, seis meses [como prefeito], mas o que eu posso garantir é que nesse lapso temporal que ai tiver vamos conduzir com probidade, com responsabilidade. Demos posse ao secretariado buscando uma composição não política, mas técnica. Quando você coloca na gestão uma pessoa política, com uma transição de três meses a pessoa aprende. Sem transição você não consegue ter esse período”, explica.
 
O interino argumenta que a situação financeira do município é favorável e a principal preocupação do município neste momento é a recuperação das áreas urbanas. “Primavera teve um gestor muito responsável. Ele terminou, enquanto muitos municípios tiveram unidades fechadas, até agora nem pagaram 13º, ele deixou as contas sadias. Participei de inauguração com o ex-prefeito até dia 30, ou seja, ele continuou inaugurando obras, quitou 100% com as dividas do município. O que ficou de restos a pagar foi deixado dinheiro empenhado para tal fim, somente não deu tempo de liquidar, deixou ainda um saldo em caixa”, elenca.

Ganhou mas não levou
 
Getúlio Viana foi candidato a prefeito em Primavera do Leste encabeçando a coligação “Unidos por Primavera”. Ele derrotou Paulo Bersch (PMDB) por 19.057 votos a 10.636, mas teve sua candidatura casada. Ele chegou a recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a ministra Rosa Weber, em decisão monocrática, negou seguimento a dois recursos especiais protocolizado por ele.
 
A judicialização da eleição se deu em primeira instância quando a Justiça tornou Getúlio Viana inelegível, após constatar condenação que se enquadra a “Lei da Ficha Limpa”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou a decisão da primeira instância. 

Caso mantido o indeferimento em último julgamento, pode haver uma eleição suplementar, já que mais de 50% dos votos válidos seriam invalidados, o que causa anulação do pleito.