O secretário municipal de Ordem Pública, coronel PM Leovaldo Salles, já estuda – junto a sua equipe – um plano para tirar os usuários de drogas e moradores em situação de rua da região da ‘Ilha da Banana’, Morro da Luz e ruas do Centro Histórico de Cuiabá. Para que isto aconteça, está sendo realizado um censo, que é um estudo estatístico referente a uma população que possibilita o recolhimento de várias informações.

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“É uma questão que envolve o município e o Estado, porque o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) passa exatamente por ali. No que diz respeito ao município, está sendo viabilizado um estudo, envolvendo algumas secretarias, no sentido de prover lugar de acolhimento. Por que se tirar dali, vai levar para onde? Precisamos dar um tratamento adequado para cada caso”, explica o secretário em entrevista ao Olhar Direto.
 
Segundo o levantamento preliminar da prefeitura, no local existem usuários de drogas, pessoas com doenças crônicas e sexualmente transmissíveis, com perturbação mental, mobilidade reduzida, entre outros casos. “Existem pessoas que ainda tem uma referência familiar e que podem retornar para suas casas. Porém, temos também vários que não tem ninguém na vida. Por isso é importante este estudo”, explica o secretário.
 
“Para que cada caso seja cuidado da melhor forma, a Secretaria Municipal de Assistência Social está realizando um grande levantamento, no sentido de produzir um censo para termos informações de todos que ali que vivem”, acrescenta o coronel. O foco será os moradores em situação de rua que estão no Morro da Luz, ‘Ilha da Banana’ e em ruas que compõe o Centro Histórico.
 
O secretário explica que o objetivo é “preparar Cuiabá para os 300 anos, que será a data mais significativa que vamos ter. A perspectiva é chegar neste tempo com uma cidade muito mais ordenada. Precisamos achar alternativas também para as cracolândias que existem, pessoas que moram embaixo de viadutos, entre outros. Estamos vendo, inclusive, modelos de outras cidades que deram certo, como Curitiba (PR) e Ribeirão Preto (SP). Devemos buscar conhecimento de lá”.
 
No começo de janeiro, uma mulher identificada como Tereza Ramires,de  50 anos, foi presa por tráfico de drogas pela Polícia Militar (PM). Considerada a "chefe do tráfico de drogas na Ilha da Banana, ela escondia uma quantidade de pasta base de cocaína, entre os seios, por baixo da blusa. Além da droga, foram apreendidos um celular, três correntes e R$ 78 em dinheiro. De acordo com o boletim de ocorrência nº 2016.413129 a suspeita usava os cômodos abandonados como moradia, mantendo ali uma televisão, cama e geladeira.
 
A ação policial também resultou em patrulhamento no casarão, onde, segundo a Prefeitura de Cuiabá vivem mais ou menos 30 pessoas.  Também foi informado pela administração que todos os moradores já foram cadastrados pelas secretarias de Ordem Pública e Assistência Social e que, quando as demolições se efetivarem, eles deverão ser encaminhados a clínicas de recuperação ou albergues.
 
Recentemente o titular da Secredtaria de Estado das Cidades (Secid), Wilson Santos anunciou que já foram abertas as licitações para as empresas de demolição. “Tenho mantido contatos com magistrados, estive pessoalmente na sede do Iphan. Ela (ilha da banana) não está na área do centro histórico, está no entorno, então não há impedimento para demolição. Já disparamos o processo para quando a decisão sair, já termos as empresas”, explicou.
 
A intervenção dará espaço à construção de um dos eixos de integração do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e leva em consideração que as mudanças não afetarão diretamente o Centro Histórico de Cuiabá. Até agora, de acordo com a Secretaria de Estado de Cidades (Secid), das 15 edificações que serão demolidas já há autorização para 12. Em março deste ano o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), chegou a autorizar as demolições, no entanto, problemas jurídicos com donos de imóveis adiaram os trabalhos.