Na maior mudança estrutural desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), o governo de Mato Grosso trabalha para que os 51 hospitais municipais e os sete regionais atuem em forma de rede unificada. A determinação do governador José Pedro Taques (PSDB) está sendo implementada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceira com as prefeituras.
Na prática, isso significa que um paciente no Hospital Municipal de Confresa, dependendo da necessidade, pode ser transferido para o Hospital Municipal de Nova Xavantina, com menor burocracia e maior agilidade.
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“Necessitamos que os 51 hospitais municipais funcionem em rede, interligados aos hospitais regionais. O doutor João Batista, nosso secretário de Saúde, está cuidando de estabelecer a rede”, pontuou o chefe do Poder Executivo. “Hoje, temos sete hospitais regionais e necessitamos de mais três. Vamos construir em Pontes e Lacerda, Porto Alegre do Norte e Tangará da Serra”, explicou o governador, para a reportagem do
Olhar Direto.
Desta forma, somente os casos de maior gravidade seria transferidos para a Capital mato-grossense. “E Cuiabá vai funcionar como referência. Há 31 não se constrói um hospital público em Cuiabá. E nós estamos construindo o novo Hospital e Pronto Socorro Municipal, em parceria com a Prefeitura de Cuiabá”, esclareceu Taques.
Os anos perdidos com ausência do Estado, nos municípios, provocou déficit imenso em cirurgias de diferentes especialidades. E é por isso que as cirurgias dos olhos estão como
carro chefe da Caravana da Transformação, que terá oito edições em 2017 – a primeira ocorreu em Jaciara, no último final de semana.
“O déficit é muito grande? É, sim! Mas se formos trabalhar somente no estrutural nós perderemos essas pessoas. Então, executamos ações conjunturais praticadas paralelas às estruturais. Será que as pessoas mais pobres não têm direito a isso? Por exemplo, atendemos oito mil pessoas em Jaciara. Será que não têm o direito de enxergar?”, questionou o governador, sobre as críticas da oposição de que estaria fazendo clientelismo.
“Só para citar um exemplo: o secretário de Saúde de Barra do Garças informou que conseguiu realizar 80 cirurgias [oftálmicas], em quatro anos. As pessoas que passaram a enxergar não têm direito a isso?”, questionou Taques, alfinetando os oposicionistas, especialmente o senador Wellington Fagundes (PR).
Repasse duplicado
Como forma de demonstrar o compromisso com melhora no sistema, o governo de Mato Grosso aumentou em 100% o repasse da atenção básica de saúde. A destinação de recursos saltou de R$ 35 milhões, em 2015, para R$ 70 milhões, em 2016.
“Isso significa qualidade de vida. Investir na atenção básica é essencial, onde o cidadão precisa ser atendido, em primeiro lugar. Temos mais de 10 mil agentes de combates à endemias e comunitários de saúde, em Mato Grosso. Temos um grande programa preventivo”, complementou Pedro Taques.
