A chegada do Uber em Cuiabá e, consequentemente, em Várzea Grande tem contribuído para a migração de motoristas de outros Estados para Mato Grosso. Como o mercado já está muito saturado naqueles locais, eles decidiram ‘recomeçar’ na capital mato-grossense. Alguns deles já foram identificados pela Prefeitura de Várzea Grande. A reportagem do Olhar Direto conseguiu conversar com um destes parceiros do aplicativo, que explicou os motivos que o levaram a se mudar.

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Um motorista de Goiânia (GO), que preferiu não se identificar, disse ao Olhar Direto que o mercado ficou saturado por lá: “estava muito difícil de ganhar dinheiro suficiente para manter meus gastos. Isso porque lá tem mais de 4 mil motoristas do Uber, aqui em Cuiabá são uns mil, mas só trabalham efetivamente uns 400. Por conta dessa oportunidade que vi, pois o Uber aqui foi lançado recentemente, me mudei para Cuiabá. Eu e minha família já alugamos um apartamento mobiliado no valor de R$ 1.300 e depois de uma semana de trabalho intenso, já poderei pagar o aluguel assim que meu dinheiro desta semana seja depositado”.
 
“Lógico que ainda não me adaptei ao trânsito e a forma de dirigir do cuiabano, nem com as ruas e bairros mais afastados, pois são muito confusos. Mas prevejo que conseguirei ganhar dinheiro aqui, enquanto o mercado não saturar. Além disto, por conta da tarifa-extra cobrada nos horários de pico e de muita demanda, estou ganhando mais ao focar nesses locais e períodos. Por exemplo, próximo ao aeroporto, durante a manhã, a demanda de pedidos é muito alta e por isso venho para a região e ganho mais com menos viagens”, explica o motorista.
 
O motorista parece não ser o único de Goiânia que veio tentar a sorte em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo o secretário municipal de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, Breno Gomes, a prefeitura da Cidade Industrial já identificou uma casa com seis pessoas que vieram da capital goiana.
 
“Estamos fazendo a fiscalização e identificando os motoristas. Tem um pessoal de fora, vindo para Várzea Grande e alugando casa para trabalhar de Uber. Encontramos uma residência com seis pessoas de Goiânia. Por isso temos que regulamentar, colocar regras, se não fica bagunçado”, disse o secretário.
 
Na primeira semana de fiscalização da Prefeitura de Várzea Grande no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, foram 130 notificações a motoristas: “Ainda não fechamos estes números, mas houve uma diminuição depois da primeira semana. Eles começaram a ter mais cuidados para não ser identificados. O aeroporto continua sendo a região que mais tem concentração dos motoristas”, argumenta o secretário.
 
O secretário informou ainda à reportagem que a fiscalização contra a atuação de “serviços clandestinos” continua em Várzea Grande: “Nossos fiscais de trânsito estão atuando, principalmente na região do aeroporto, onde temos a maior concentração”.