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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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R$ 1,7 mi

Cobrado por delator, Lúdio afirma que teria de morar na rua com a família para pagar dívida de campanha

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Cobrado por delator, Lúdio afirma que teria de morar na rua com a família para pagar dívida de campanha
O empresário paranaense, Juliano Cezar Volpato, disse, durante a delação feita na sede da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), que o ex-candidato à prefeito por Cuiabá, Ludio Cabral (PT), teria dito que não tinha condições de pagar a dívida de R$ 1,7 milhões, que seria devida da campanha com o advogado e ex-secretário de Administração (SAD), Francisco Faiad. O trecho faz parte da investigação da Polícia Civil que apura um esquema de pagamento de propinas e desvios de recursos públicos durante a gestão de Silval Barbosa (2011 a 2014).


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“Então o interrogando foi atrás de Lúdio Cabral e este disse que não tinha dinheiro para pagar, que tinha somente uma casa para morar e que se desse seu imóvel iria ficar com sua família na rua”, diz trecho da delação do empresário. Sem a resposta positiva por parte do petista, Juliano teria novamente ido atrás de Faiad, com o objetivo de receber o montante devido, o que teria se concretizado após o advogado assumir a pasta supracitada.
 
Conforme a investigação do Ministério Público Estadual, R$ 1,7 milhão foram desviados para pagamento de dívida de campanha eleitoral, em 2012, na qual Francisco Faiad e Lúdio Cabral concorriam ao Palácio Alencastro, como vice-prefeito e prefeito, respectivamente. O mesmo montante era devido pelos dois para a empresa marmeleiro Auto Posto, contratada por Eder Morais, para fornecimento de combustível para os veículos da companha.
 
Sendo assim, o Ministério Público Estadual aponta que toda a dívida com a empresa foi paga pelo Estado de Mato Grosso, por meio de inserções de consumo inexistente em caminhões tanques, denominadas melosas. Segundo a juíza, ficou claro que para aquisições e contratações, a organização criminosa praticou fraudes em pregões.
 
Por fim, é elencado que Lúdio teria sido beneficiado de parte dos R$ 5.855.000,00 desviados do estado. “Assim, sua condução coercitiva e sua oitiva serão de grande utilidade para esclarecer alguns detalhes dos crimes que apontam Francisco Faiad como autor. A providência servirá também para que se esclareça se Lúdio teve ou não participação direta nos crimes ou, ainda, se há coautores ainda não identificados nesse episódio”, diz trecho da decisão, proferida pela juíza Selma Arruda, da Sétima Vara.
 
Investigação
 
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
 
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 8,1 milhões.
 
Lúdio
 
No último dia 14, ao sair da Delegacia Fazendária, o ex-candidato falou com a imprensa e negou qualquer prática ilícita. Asseverou que foi depor, não na condição de investigado, mas sim, na condição técnica de informante e que não há nenhuma citação a seu nome. "Todos os depoimentos não me envolvem em nenhum tipo de crime". Afirmou ainda que todas as dívidas de campanha foram quitadas pelo diretório nacional do PT.
 
Lúdio também se manifestou por meio de nota à imprensa. Veja abaixo:
 
NOTA DE ESCLARECIMENTO
 
1. Na manhã desta terça-feira (14/02), fui conduzido coercitivamente pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública para prestar depoimento na condição de informante, não de investigado;
 
2. Embora tenha recebido tratamento respeitoso de todos os servidores da Defaz, entendo desnecessária a determinação judicial de condução coercitiva, especialmente porque me apresentaria espontaneamente para prestar esclarecimentos caso fosse intimado;
 
3. Não há na investigação qualquer indício que aponte minha participação em desvio de recursos públicos;
 
4. Não existiu uma suposta dívida de R$ 1,7 milhão em combustíveis para a campanha à Prefeitura de Cuiabá em 2012 que teria sido paga com recursos públicos desviados;
 
5. As dívidas da referida campanha foram devidamente registrados na prestação de contas eleitorais, integralmente assumidas pelo Partido dos Trabalhadores com a anuência dos credores após a campanha, como determina a legislação, e posteriormente quitadas;

6. Todos os documentos de quitação das dívidas estão nos autos do processo de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral, e estarei requerendo formalmente os mesmos para disponibilização à imprensa.
 
Cuiabá, 14/02/2016.
 
Lúdio Cabral
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