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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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injuria racial

Professor de medicina da UFMT é preso em flagrante após chamar porteiro de "preto safado", mas nega acusação

Professor de medicina da UFMT é preso em flagrante após chamar porteiro de
O professor de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Herbet Monteiro da Silva, de 62 anos, foi preso em flagrante acusado de chamar o porteiro Carlos Alexandre de Souza de “preto safado e vagabundo”. O caso ocorreu no último sábado (06), quando o professor saía com o carro pela garagem do prédio onde mora, no bairro Jardim Mariana em Cuiabá. Herbert nega as acusações e diz que o caso trata-se de uma "invenção" dos denunciantes. 


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De acordo com os relatos dos moradores, Monteiro teria se irritado com a “demora” do funcionário para abrir manualmente a garagem do portão. Algumas pessoas que estavam na piscina, entre elas o morador Munir Salomão, também relataram terem ouvido as ofensas e saíram em defesa do funcionário. Minutos depois, o síndico do condomínio, o advogado Wagner Ferretti, foi acionado para tentar solucionar o caso. 

A polícia foi chamada logo depois pelo síndico e o médico resistiu a ser conduzido para a delegacia. Por conta da recusa em abrir o seu apartamento, a PM arrombou a porta e entrou no local. Ao ser preso em flagrante, o professor foi acompanhado de sua advogada, Sueli Silveira, e teria pago fiança de R$ 5 mil para sair da cadeia. Ele deverá responder o caso em liberdade. As informações constam do boletim de ocorrência nº 2017.564.238.001

De acordo com o relato do síndico, tudo ocorreu porque Herbet se recusou a obedecer a uma norma do condomínio em que cada morador é obrigado a utilizar o controle do portão da garagem. “A norma do condomínio é que todos tenham seu controle para desobrigar que o porteiro deixe a guarita para abrir o portão da garagem, isso foi votado em assembleia”, explicou Ferretti.

Outro lado

A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com o professor Herbert Monteiro para esclarecer o caso, mas ele negou as acusações. Segundo Herbert, "não houve racismo" e o que aconteceu foi somente um desentendimento com o funcionário do condomínio. Para o médico, que também é assessor de saúde do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), houve apenas "injúria" na ocasião. 

O médico também afirmou que o sindico foi "irresponsável" ao chamar a polícia. Durante a entrevista, Herbert fez questão de lembrar que é médico do TJMT e que pertence a uma família tradicional cuiabana. O doutor também ameaçou "processar" o Olhar Direto caso a matéria fosse ao ar. 

Racismo em Mato Grosso

Levantamento feito pelo Olhar Direto junto a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) revela que casos de racismo em Mato Grosso aumentaram 71% nos três últimos anos. Em 2014, o número de registros de boletins de ocorrências por injúria racial era de 234 casos no estado. Em 2016, foram 402 casos denunciados. 

Veja na galeria relato dos policiais contido no Boletim de Ocorrência
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