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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Após morte de aluno soldado, tenente do Corpo de Bombeiros é indiciada por tortura

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Após morte de aluno soldado, tenente do Corpo de Bombeiros é indiciada por tortura
A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps foi indiciada por crime de tortura contra o aluno da instituição, Rodrigo Patrício Lima Claro, 21. O rapaz morreu na data de 15 de novembro de 2016,  após passar por intenso treinamento. Na data de hoje, 21, a delegada Juliana Chiquito Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa  (DHPP) encaminha para o judiciário o procedimento. Posteriormente, caberá ou não ao Ministério Público acatar a acusação formal (denúncia) pelo crime.  A informação foi confirmada pela Polícia Civil. 


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A investigação da DHPP não atribui à tenente responsabilidade pela morte de Claro, apesar dele ter sofrido hemorragia ter ocorrido poucas horas depois de deixar  treinamento na Lagoa Trevisan (em Santo Antônio do Leverger), mas a aponta como responsável por atos de tortura  ao impor ao aluno Rodrigo Claro intenso sofrimento físico e mental, mediante violência e grave ameaça".

Conforme a laudo de necropsia da Politec e oitiva do médico neurocirurgião, a causa da morte do aluno foi em decorrência de uma hemorragia cerebral, não havendo assim ligação com fatores externos, que poderiam apontar o nexo de causalidade entre a conduta da oficial e o resultado da morte do aluno.

A investigação também não observou a vontade dos demais instrutores em aderir à ação da tenente. Mais de 50 pessoas entre alunos, instrutores, especialista e médicos foram ouvidos pela autoridade policial.

Inquérito policial militar

No inquérito policial militar (IPM), realizado pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, a tenente Izadora Ledur foi responsabilizada pelo crime de maus tratos por expor a vida ou a saúde de outrem em situação de risco. O IPM também responsabilizou o tenente-coronel Licínio Ramalho Tavares e tenente-coronel Marcelo Augusto Carvalho, por crime contra o dever funcional, ao não propiciar as condições de segurança do treinamento. O inquérito militar já foi remetido ao Ministério Público Militar.

Também foi aberto um processo administrativo disciplinar contra a tenente. Neste caso, caso seja considerada culpada, a punição vai desde advertência até a expulsão da corporação.

A mãe de Rodrigo, Jane Patrícia, em depoimento prestado  à Polícia Civil,  confirmou os relatos do filho com relação a uma postura mais rígida da tenente Isadora Ledur durante os treinamentos.

“Os instrutores cobram que os alunos façam as atividades, a tenente Ledur pegava no pé do aluno Claro e de outro que não eram bons de água porque eles não estavam se esforçando como os demais. A tenente Ledur os ensinou no princípio das instruções de piscina, que na época eles eram muito ruins de água. Ela dizia que não podiam levar eles direto para o Manso sem ensinar primeiro o básico pra eles na piscina”, disse.

O caso 

Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 de 15 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria e queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma. Posteriormente, faleceu. 
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