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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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RUMO AO TRICENTENÁRIO

Muita gente não sabe que Rodrigues Palma asfaltou 90% de Cuiabá e construiu o ‘velho’ Pronto-Socorro

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Muita gente não sabe que Rodrigues Palma asfaltou 90% de Cuiabá e construiu o ‘velho’ Pronto-Socorro


Responsável pelo maior boom de urbanização de Cuiabá no século passado, o ex-prefeito Manoel Antônio Rodrigues Palma assegura que fez a sua parte, com o máximo de esforço e dedicação, dentro da realidade da época. Ele sempre é citado em todas as pesquisas de opinião pública como um dos melhores prefeitos da história da Capital mato-grossense, embora não faça questão de bater na tecla.
 
Pouca gente sabe, mas Rodrigues Palma asfaltou mais de 90% das ruas de Cuiabá que não tinham pavimento, construiu o atual Pronto-Socorro de Cuiabá – hoje considerado velho – e, credenciou junto ao Ministério da Educação o ensino da rede pública municipal. Talvez por causa do formato de comunicação da época, em Mato Grosso, quando a televisão era incipiente e internet não existia, os seus feitos são lembrados
 
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“Tinha uma equipe aguerrida e competente. Creio que dei a minha contribuição da melhor forma possível. Assim como os outros prefeitos, como Roberto França, Dante de Oliveira, Wilson Santos, doutor Frederico Campos, Mauro Mendes e os demais”, observou ele, que é chamado de ‘Titito’ pelos amigos, em entrevista à reportagem do Olhar Direto.
 
Filho de Constança Figueiredo Palma, a popular ‘Dona Bem Bem’, Palma desejava levar qualidade de vida para o maior número possível de bairros. Então, com a sua equipe, criou o Projeto Comunidade Urbana e Recuperação Acelerada (Cura), para levar asfalto e saneamento para bairros tradicionais da cidade, como Araés, Baú, Quilombo, Areão e Dom Aquino (Várzea Ana Poupina), entre outros.
 
E, com o Projeto Cura de carro-chefe, Rodrigues Palma construiu mais de 150 quilômetros de asfalto, incluindo a Avenida Beira-Rio e a duplicação da Avenida Fernando Correa da Costa. No bojo do projeto, estava inclusa sociais no bairro, como implantação de centro comunitário, quadra poliesportiva, campo de futebol.
 
“Eu era funcionário do Bemat [extinto Banco do Estado] e sabia da existência dessa linha de financiamento. Fizemos um projeto e levamos para análise do Banco Nacional de Habitação [BNH]. Conseguimos o financiamento! Eles gostaram tanto que adotaram o nome do projeto Cura para o BNH atender outras prefeituras”, recordou Titito Palma.
 
As necessidades da população, principalmente da juventude daquela época, eram diferentes das atuais. “No Araés, por exemplo, fizemos centro comunitário e área de lazer com quadra e campo de bocha. Porque campo de bocha? Porque todos jogavam bocha, naquele tempo. Se fosse hoje, seria uma Lan House para atender à gurizada”, disparou o ex-prefeito, às gargalhadas.
 
No bairro Quilombo, além do centro poliesportivo, até hoje em utilidade, Rodrigues Palma também construiu o centro de saúde – o maior da época. E foi inspirado na necessidade de melhorar o atendimento de urgência e emergência, além da alta complexidade, que o então prefeito construiu o ‘antigo’ Hospital e Pronto Socorro Municipal, no final da década de 1970.
 
Na época, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samdu) é quem fazia o atendimento. “Quando noticiamos a construção do novo Pronto Socorro, fomos chamados de loucos. Diziam que eu era doido varrido. Eis que o Pronto Socorro está aí até hoje e 40 anos depois é que vão construir uma nova unidade”, observou o ex-chefe do Poder Executivo.
 
Rodrigues Palma não se enxerga como melhor prefeito da história de Cuiabá. Ele gosta de repetir, todavia, que fez o máximo daquilo que estava ao seu alcance. Ele foi fortemente ajudado pelo sogro, o então governador José Garcia Neto, avô do atual deputado federal Fábio Garcia (PSB), responsável por sua nomeação.
 
Palma deixou um legado de preparar Cuiabá para o futuro. Muitas de suas obras ainda físicas e outras urbanísticas, como os bairros Santa Rosa e Boa Esperança, marca o cotidiano da Capital de Mato Grosso que caminha para os 300 anos. 
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