A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso, Myrian Serra - que permanece licenciada do cargo por questões de saúde - se reuniu com o senador Wellington Fagundes (PR), na tarde desta segunda-feira (10), para pedir apoio da bancada federal, a fim de destravar a obra da construção do novo Hospital Universitário (HU) e dar continuidade a implantação do Hospital Dia, em Cuiabá.

Até o momento, apenas 10% da obra do novo hospital foi executada. Já o Hospital Dia, que seria construído a partir da conclusão da obra do antigo Centro de Nefrologia de Mato Grosso, em frente ao Hospital Universitário Júlio Muller, aguarda a liberação de recursos para ser concluído.

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“Nosso esforço é no sentido de pedir apoio para dar andamento às obras. A leitura que eu fiz dessa situação foi de que, no estágio em que nós estamos, a nossa parte foi cumprida há cerca de 3 anos. A Universidade recebeu do MEC R$ 60 milhões, repassou para o Governo do Estado, mas apenas 10% da obra foi executada. Então, ainda há mais de R$ 50 milhões para serem utilizados”, afirmou a reitora.

O novo hospital universitário, localizado às margens da MT-040 (saída para Santo Antônio do Leverger), foi orçado em R$ 120 milhões. Metade do recurso foi adquirido pela UFMT junto ao Ministério da Educação (MEC) e encontra-se parado em uma conta administrada pelo Governo do Estado.

A obra foi paralisada sob a justificativa de que haviam irregularidades no projeto e no terreno onde a unidade está sendo construído.

“Ainda faltam R$ 60 milhões da contrapartida do Governo do Estado, mas esse recurso não é para agora, porque eu imagino que só com o dinheiro que a UFMT já repassou é possível sobreviver uns dois anos. Mas é preciso sinalizar que há viabilidade econômica para o projeto, o que falta é o Governo tomar uma atitude nesse sentido”, disse Myrian Serra.

“A Universidade vai cobrar do governador que seja realizada essa licitação, para concluir a construção do novo Hospital Universitário. Não se pode deixar dinheiro parado e as obras não serem tocadas, afinal de contas as pessoas estão aí na fila do hospital padecendo”, avaliou o senador Wellington Fagundes.

Hospital Dia

A obra do Centro de Nefrologia, fruto de um convênio entre o Ministério da Saúde e o Governo do Estado, foi paralisada em 2010. O contrato foi encerrado, sem conclusão, em 2016 e a verba foi estornada para a conta única da União.

A reformulação do projeto, que permitiria a criação do Hospital Dia, seria para melhorar os atendimentos clínicos e cirúrgicos de média complexidade, além de desafogar o Pronto-Socorro Municipal e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

“Há um compromisso da bancada de estar sempre como parceiro da Universidade. Aqui no Júlio Muller tem uma obra que foi começada e o atual Governo resolveu devolver o recurso, nós precisamos concluir essa unidade que está abandonada”, asseverou o senador.

De acordo com o superintendente do Hospital Júlio Muller, Hildelvaldo Fortes, o principal entrave nas obras se dá pela insegurança causada pelo Governo do Estado, que até agora não assumiu nenhum compromisso junto à UFMT.

“Essa reunião foi proveitosa no sentido de conseguir apoio, porque politicamente é importante fazer esse tipo de provocação em relação ao Governo, porque há a necessidade de que ele cumpra o convênio que foi firmado”, disse o superintendente.

“Nós temos algumas reuniões agendadas com o Governo do Estado, para que a gente possa fazer essa negociação e tentar concluir o mais breve possível todas essas obras”, completou.