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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO

Delator da Lava Jato diz que Eder Moraes era responsável por receber propina da Odebrecht; Veja vídeo

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Delator da Lava Jato diz que Eder Moraes era responsável por receber propina da Odebrecht; Veja vídeo
O ex-diretor da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou em seu depoimento que o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder Morares, era o responsável por receber a propina paga pela construtora para viabilizar a reeleição do ministro Blairo Maggi (PP) ao Governo do Estado em 2006. Blairo, por sua vez, afirma que nunca manteve nenhum tipo de relação com a empresa ou seus executivos.


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“O codinome do então governador era ‘Caldo’ [Blairo Maggi] e a senha e locais de pagamento eram informados por Pedro ao senhor Eder Moraes Dias. A maioria dos pagamentos por Pedro ao senhor Eder Moraes foi feita em São Paulo, através de doleiros”, afirmou o executivo.

O depoimento de Pacífico consta no inquérito instaurado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado por Rodrigo Janot e aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. De acordo com o documento, Blairo teria recebido R$ 12 milhões a título de propina para quitar dívidas de campanha.

No vídeo, o executivo detalha como eram feitos os pagamentos da propina. Segundo ele, Mato Grosso possuía uma dívida com a empresa referente à “obra da Rodovia MT-010, no trecho entre as cidades de Diamantino – cruzamento da BR-364 – e São José do Rio Claro – cruzamento com a MT-235”.

Pacífico teria designado o engenheiro Pedro Leão – também delator da Lava Jato – que era seu subordinado, a buscar o pagamento pendente. “Pelo que o Pedro me relatou, ao longo do mandato do governador Blairo Maggi, o Pedro o procurou várias vezes para tratar do assunto referente a esses recebimentos. Não só procurou por Blairo Maggi, como também pelo secretário de Infraestrutura, Luiz Antônio Pagot, e também Eder Moraes Dias, secretário da Casa Civil”, disse.

“Todas essas abordagens que o Pedro fez não teve sucesso, porque sempre ouvia a mesma resposta: só quando o Estado tiver os repasses do Governo Federal”.

Em seu depoimento, Pedro Leão afirmou que não mantinha contato direto com Blairo Maggi, que teria incumbido Pagot, então secretário de Infraestrutura de Mato Grosso a realizar as tratativas.

Iniciada a cobrança do Estado para receber os ativos da União, foi criada uma Comissão Especial para discutir e quantificar o ressarcimento do valor devido.

“Quando começou ter esses repasses e, portanto, antes de começarmos a receber, o Pedro Leão teve uma reunião com o senhor Eder Moraes Dias. Essa reunião foi no Centro Administrativo lá no Governo do Mato Grosso. O mesmo falou expressamente sobre o valor que era devido. Do que iríamos receber junto ao Governo, caberia um percentual de 35% de propina sobre o pretexto de contribuição para a campanha da reeleição do governador Blairo Maggi”, seguiu relatando o empresário.

Em sua fala, o delator afirma que o valor cobrado por Eder era “significativamente elevado”, o que comprovaria a prática de caixa 2, uma vez que, segundo ele, nenhuma obra comportaria um aporte desta natureza.

“Esse valor é significativamente elevado. Um valor deste sendo aportado por uma obra em execução jamais comportaria. No entanto, como se tratava de um recebimento crônico, de obras e contratos assinados em 1986 e que vinham se postergando, que não havia nenhuma possibilidade, em nosso entendimento, de recebimento a médio prazo, eu autorizei desde que o pagamento fosse feito pari passu aos nossos recebimentos. Assim foi feito”, disse Pacífico.

Por meio de nota, Eder assegurou não ter contato com os executivos responsáveis pela delação. Através de seu advogado, Ricardo Spinelli, ele disse que “à época, não exercia cargo de secretário de Estado, mas sim de presidente do MT Fomento e que não possuía poder para tratar de assuntos ligados à arrecadação de campanha”.

Ricardo Spinelli afirma ainda que “o cliente nega as acusações, sendo que recebeu a notícia com surpresa, uma vez que jamais teria tido contato com executivos da Odebrecht e também porque não exerceu qualquer atividade na campanha eleitoral de Blairo Maggi, em 2006”. O ex-secretário salientou ainda que aguarda notificação formal para se inteirar melhor da acusação e dos elementos dos autos.

Blairo também se manifestou através de nota, onde afirma que nunca estabeleceu qualquer tipo de relação com o Grupo Odebrecht ou seus dirigentes.

“Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; Não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes; Jamais autorizei qualquer pessoa a realizar tratativas em meu nome, com dirigentes da Odebrecht ou qualquer outra empresa, para auxiliar em minhas campanhas eleitorais; Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado”, disse o ministro.

Veja o vídeo em que o delator João Antônio Pacífico relata o suposto esquema:

 
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