O esquema de propinas da Odebrecht acontece no país há pelo menos 30 anos e beneficiou a namorada do ex-senador de Mato Grosso Roberto Campos ainda durante o regime militar. É o que revelou Emilio Odebrecht à Lava Jato, de acordo com Elio Gaspari, na Folha de São Paulo.

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Campos foi ministro do Planejamento no governo de Castelo Branco e ocupou cargos de deputado federal e senador. Nascido em Cuiabá, o economista foi nomeado embaixador em Londres em 1975. Neste período, sua namorada Marisa Tupinambá, 29 anos mais nova, atuou na embaixada em Paris por um tempo, mas acabou demitida e foi para Londres, quando acabou sendo bancada pela Odebrecht Overseas.

Emilio Odebrecht falou aos investigadores da Lava Jato que a namorada do ex-ministro recebia mensalmente 700 libras. "O que nós temos no Brasil não é um negócio de cinco ou dez anos. Estamos falando de 30 anos”, sustentou.

Este ano é o centenário de Roberto Campos e ele deve receber uma homenagem póstuma na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Ele trabalhou no governo de Getúlio Vargas no período de 1951 a 1954. Foi um dos criadores do atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o presidiu.

Durante o governo de Juscelino Kubitschek de 1956 a 1961, participou na elaboração do Plano de Metas, sendo um dos coordenadores. No governo de João Goulart em 1961 a 1964, trabalhou como embaixador do Brasil em Washington.

No governo do general Castelo Branco entre 1964 a 1967, trabalhou como ministro do Planejamento, onde participou da criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), do cruzeiro novo e da indexação de preços na economia por meio da correção monetária pelas Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs).

 No governo do general Ernesto Geisel de 1974 a 1979 foi embaixador em Londres.