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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Colniza

Policiais e bombeiros caminharam 15 km com nove vítimas de chacina em gleba nos braços

Foto: Reprodução/TVCA

Policiais e bombeiros caminharam 15 km com nove vítimas de chacina em gleba nos braços
Os profissionais de Segurança Pública de Mato Grosso enfrentaram sérias dificuldades para chegar ao local da chacina que culminou na morte de nove pessoas no distrito de Taquaruçu do Norte, no município de Colniza (a 1.065 km de Cuiabá), no dia 20 de abril e também para retirar todos os corpos que estavam na região. Muitos deles tiveram de ser retirados nos braços dos profissionais, por um percurso de 15 quilômetros alternados entre barco e caminhada. A área é de total isolamento.


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“De veículo traçado, são cerca de sete horas saindo de Colniza até lá. Até determinado ponto, não tem mais estrada. Temos que pegar uma embarcação, descer uma parte de rio, pegar o barco, atravessar uma mata e seguir por outro rio. É de 15 a 18 quilômetros fazendo este trajeto”, disse o secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas.
 
O secretário ainda destacou o trabalho árduo das equipes de Segurança Pública do Estado, que trabalharam 60 horas ininterruptas para retirar os restos mortais: “Houve muita dificuldade para retirar os corpos de lá. Contamos com o apoio do Corpo de Bombeiros e muitas das vítimas foram retiradas nos braços pelos nossos profissionais, durante todo o trajeto”.
 
Jarbas ainda cogitou enviar o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), mas a autonomia da aeronave não permitia: “Teria combustível para chegar, mas não teria para voltar”, explicou o secretário, que acrescentou: “As equipes estão se dedicando como poucos sabem. Os nossos profissionais de segurança trabalharam 60 horas ininterruptas trabalhando. Sem dormir, comendo mal, pois não tinha onde comer. Mas queriam fazer de tudo para dar dignidade para as famílias, devolvendo os corpos e identificando todos. Só quem esteve lá sabe o que foi aquilo”.
 
As famílias fariam extração ilegal de madeira na região, o que pode ter sido um dos motivos para o conflito. Há também informações de que exista ouro no local. Além disto, as pessoas ainda faziam plantações de subsistência, como milho e mandioca.
 
Até o momento três pessoas acusadas de participação na chacina já foram identificadas. Deste grupo, foram presos preventivamente apenas o suspeito Pedro Ramos Nogueira, conhecido como “Doca”, e o sobrinho deste último, de nome Paulo Neves Nogueira.
 
Massacre
 
A chacina na Gleba Taquaraçu aconteceu na manhã da última quinta-feira (20), e na sexta (21) foram confirmadas nove mortes, sendo três pessoas de Rondônia e três do distrito de Guariba, em Colniza. As vítimas foram identificadas por equipe da Politec, são elas: Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26 anos, Samuel Antônio da Cunha, 23 anos, Francisco Chaves da Silva, 56 anos, Aldo Aparecido Carlini, de 50 anos, Edson Alves Antunes, 32 anos, Valmir Rangeu do Nascimento, 55 anos e Sebastião Ferreira de Souza, 57 anos, que era pastor da Assembleia de Deus.
 
De acordo com informações da Polícia Judiciária Civil, Samuel e Francisco foram os primeiros corpos identificados pelos profissionais. Ambos são de Rondônia e a identificação foi possível mediante envio de prontuários civis do Instituto de Identificação do Estado.
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