Há cerca de sete meses, quando o líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), foi alvo da operação “Theatrum”, deflagrada pela Polícia Federal, o governador Pedro Taques (PSDB) pediu para que o parlamentar permanecesse na função, lhe dando uma espécie de voto de confiança. Agora, segundo Dilmar, é sua vez de estar ao lado de Taques e o defender das acusações de que teria praticado “grampos” ilegais contra políticos, advogados e jornalistas.
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“O dia que eu fui citado, de forma totalmente equivocada e politiqueira, eu prestei esclarecimentos na Polícia Federal e deixei meu cargo à disposição do governador Pedro Taques e, da mesma maneira, o governador acreditou em mim. Então, eu acredito no Governo do Estado. Nós estamos na base aliada e vamos acreditar no Pedro Taques até o momento que o governador assim quiser”, afirmou o deputado.
Na época, Dilmar foi alvo de busca e apreensão e intimado a prestar esclarecimentos na Polícia Federal. A operação Theatrum tinha o objetivo de desarticular um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos do Incra, fazendeiros e políticos do estado de Mato Grosso.
A denúncia de que o deputado estaria participando do esquema de corrupção se deu após depoimento do empresário Eduardo Magalhães Pinto, que afirmou tê-lo visto almoçando com o servidor do Incra e com lideranças políticas na cidade de Itanhangá. Entretanto, Dilmar afirma que estava Assembleia Legislativa no dia desse encontro.
Pedro Taques enfrenta agora uma das maiores crises de seu Governo, depois que o promotor Mauro Zaque denunciou à Procuradoria-Geral da República que o governador tinha conhecimento do esquema dos “grampos”. Além disso, segundo o promotor, Taques não tentou impedir a continuidade das interceptações.
Para Dilmar, o governador está sofrendo ataques de cunho político. “Eu acho que estão aproveitando o momento para fazer politicagem. O maduro é que seja discutido com todos, como foi feito no colégio de líderes, com deputados da situação e da oposição. Todos nós acordamos que nós vamos aguardar, o presidente da Assembleia vai se reunir com o Tribunal de Justiça, com o Ministério Público, com o Governo do Estado, com o Gaeco e vamos chamar também o promotor Mauro Zaque”, disse.
No início desta semana, Taques protocolizou representação contra Mauro Zaque no Ministério Público Estadual (MPE). Na ação, ele acusou Zaque de cometer três crimes. Um deles seria prevaricação, ao denunciar suposto esquema de interceptações telefônicas ilegais à PGR, sem ele próprio buscar apuração dos fatos, mesmo constituído da autoridade de Secretário de Estado de Segurança Pública e promotor de Justiça.
“O governador deu uma entrevista falando que quando ele recebeu este comunicado, que ele pediu para ser feito de forma documental, quando ele recebeu o documento encaminhou para a investigação, é essa a informação que nós temos. Nós temos 100 mil servidores, entre efetivos e comissionados. Um ato de uma pessoa não pode denegrir a imagem do Governo. A nossa ideia é aguardar, analisar e permanecer firme na defesa do governador”, pontuou Dilmar Dal’Bosco.
