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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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COVARDIA

"Ele acabou com a minhã irmã. É preciso falar sobre a violência", desabafa irmão de universitária morta por ex-namorado

Foto: Reprodução Facebook

"Ele acabou com a minha irmã. É preciso alertar as mulheres que não mantenham relacionamentos abusivos. É preciso falar sobre a violência". O desabafo é do fotógrafo Edney Rosa, de 33 anos, irmão  da estudante do curso de Direito Dinéia Rosa, 35 anos, morta com requintes de crueldade por seu ex-namorado Wellington Fabrício de Amorim Couto, de 34 anos. Além da atrocidade, ele ainda teria feito ameaças de morte ao filho de Dinéia, uma criança de oito anos.  "Meu sobrinho viu ele sujo, ensaguentado. Acredito que se ele tivesse conseguido pegar o menino teria feito algo ruim com ele", desabafa.


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À sombra da tragédia, Edney lançou uma campanha em rede social para incentivar as denúncias e evitar que mais família continuem a sofrer com tragédias. "Somente fiquei sabendo que ela tinha registrado dois boletins de ocorrência e já estava com medida protetiva na sexta-feira (19) à noite. Ela abriu o coração, falou sobre os sonhos, planos para depois de formada. Nossa intenção era de abrir um escritório juntos", contou ao Olhar Direto. Edney também é estudante do curso de Direito e trabalha junto à Câmara Municipal de Cuiabá. 

A rotina da estudante - que já estava no sétimo semestre - aos sábados era de  dedicação ao estágio. No entanto -  como ela e o irmão deram de presente para a mãe um lote com uma pequena casa no bairro Serra Dourada - Dinéia resolveu ajudar a família na limpeza do local. 

Por volta das 9h, aproveitando que Dinéia estava sozinha no local (seus pais e filhos foram para casa de um vizinho pegar uma enxada) ele arrombou a porta e atacou a mulher. "Ela estava caída no banheiro, com a mão levantada. Imagino que ele tenha feito o ataque pelas costas. Ele bateu a cabeça dela contra a parede várias vezes, chegou a afundar o rosto dela", conta.

Após o crime, já na porta da casa, Fabrício se deparou com o filho de Dinéia, de oito anos. A criança estranhou o fato dele estar com a roupa suja de sangue e não se aproximou. "Meu sobrinho contou que ele disse: venha aqui ver a sua mãe. Vou pegar você". Assustado, o menino correu em direção à sua avó que estava nas imediações. A mulher chegou a ir até à residência e também se deparou com  o assassinao saindo do local.

"Minha mãe me ligou umas 9h da manhã e disse que não tinha coragem de entrar na casa. Eu fui lá e encontrei minha irmã". 

Presidiário

Fabrício era ex-presidiário e tinha sido condenado pelo assassinato de sua ex-companheira em 2011 a 17 anos por homicídio triplamente qualificado. Preso, Fabrício declarou que matou Dinéia por vingança após ser denunciado à polícia. 

Na próxima quarta-feira, 24, às 8h, colegas da estudante, amigos e familiares estarão reunidos em frente à Faculdade Cândido Rondon e saíram em caminhada até à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Queremos alertar as pessoas que vivem esse sofrimento que busquem ajuda", finalizou. 

Dinéia tinha dois filhos de oito e seis anos. 
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