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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Autonomia política, tempo de TV e muito mais: o que está em jogo na briga pelo PSB

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Carlos Siqueira, Fabio Garcia e Mauro Mendes

Carlos Siqueira, Fabio Garcia e Mauro Mendes

Controle ao fundo partidário, tempo de TV, força para buscar uma chapa nas eleições de 2018 que encaixe melhor os desejos de candidatura. Essas são algumas das coisas em jogo na disputa entre o grupo de Mauro Mendes - destituidos da executiva estadual pelo presidente nacionalda sigla, Carlos Siqueira - contra Valtenir Pereira - que veio do PMDB, a pedido de Siqueira, para assumir a agremiação em MT - pelo comando do PSB em Mato Grosso. Veja abaixo o que cada um ganharia com o mando da sigla:


Valtenir

Se continuar no comando da sigla, Valtenir Pereira deve assistir o esvaziamento das do PSB em Mato Grosso. Os principais líderes, Mauro Mendes, Fabio Garcia, Adilton Sachetti, Eduardo Botelho, Max Russi, Oscar Bezerra e Mauro Savi já anunciaram que dificilmente continuam na sigla se ele continuar presidente. O ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, já se desfilou como protesto contra a chegada de Valtenir, por exemplo.

Junto com essas lideranças, prefeitos e vereadores devem seguir para outros partidos também, enfraquecendo parte da base. Contudo, mesmo assim, Valtenir manteria três coisas importantes: Controle sobre o tempo de TV que o PSB tem direito; Controle sobre o fundo partidário; Autonomia política para escolher qualquer projeto em 2018.



Com isso, Valtenir ganha força para negociar com outros partidos um espaço em alguma chapa para ser candidato ao Senado. Atualmente no terceiro mandato como deputado federal, ele acredita ser a hora de tentar um novo salto na carreira política e uma eleição com duas vagas ao Senado costuma abrir espaço para campanhas com menos verba, a exemplo de Serys em 2002 e Pedro Taques em 2010.

Ademais, nem todos os prefeitos e vereadores conseguirão sair do PSB devido situações paroquiais em cada município. Com isso, Valtenir garantiria, de uma forma ou de outra, base para a campanha de 2018, além da que já possui. E também teria atrativos para convidar outras figuras a se filiar no PSB.

Retirar o PSB do arco de alianças de Pedro Taques também é positivo para Valtenir, que assumiu ser oposição desde o início. Além disso, Valtenir poderá auxiliar o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a se reeleger e seguir um projeto nacional mais ao seu gosto e diferente do apoiado pela maioria dos membros do grupo de Mauro Mendes.

Leia mais:
Valtenir x Mauro: A história de uma rixa que começa em 2008 e ganha novo contorno em 2017

Grupo Mauro Mendes

Quando Valtenir deixou o PSB em 2013, o grupo reunido por Mauro Mendes teve nas mãos uma sigla tradicional, com bom tempo de TV e sem um “cacique”. Com isso, eles montaram uma espécie de “federação” em que todas as decisões são tomadas em conjunto pelas principais lideranças e a área de influência política ficou divida.

Apesar de o deputado federal Fabio Garcia ter assumido a presidência do partido, ele e Adilton Sachetti, o outro federal da sigla, dividiram a gerencia estadual nos diretórios municipais de acordo com o resultado das eleições em 2014; quem teve mais voto em determinado município era quem “apitava”. Assim, Garcia, que teve votos concentrados no Vale do Rio Cuiabá, controlava até menos diretórios que Sachetti.



Já entre os estaduais, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, é quem atua diretamente com a base no Vale do Rio Cuiabá. O deputado licenciado Max Russi atua na região Sul do Estado, a partir de Jaciara, enquanto Oscar Bezerra se faz presente no extremo norte do Estado. Mauro Savi e Adriano Silva chegaram na janela partidária de 2016 e preenchem o Médio Norte e a região Oeste. Com essa divisão, os deputados não disputam entre si por votos.

Se tiverem que migrar para outra sigla, cada um deles poderá encontrar outros líderes de expressão na mesma região, causando uma disputa interna. Além disso, a maioria dos outros partidos em Mato Grosso possui um “cacicado”, onde alguém lidera a sigla com “pulso firme” e sem o mesmo espaço para decisões conjuntas com as quais estão acostumados.

Além disso, se tiverem no controle do PSB de Mato Grosso, poderão ajudar ao vice-governador de São Paulo, Márcio França, a vencer uma eventual disputa pela Presidência nacional do PSB. Com isso, poderiam encaminhar o partido para uma aliança nacional mais a direita no espectro político e longe do PT.
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