O major da Polícia Militar, Marcos Paccola, disse que “dizer que as pistolas de calibre .40 dão mais problemas que as 9mm é uma falácia” e não condiz com a realidade. Segundo o PM, que integra a comissão que fará uma padronização no poder bélico do Estado, são vários os fatores analisados para determinar isto. Além disto, apontou que as novas armas devem custar no máximo R$ 2 mil, o que resulta em uma grande economia para os cofres públicos.

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“Hoje o custo aproximado das armas (unidade) é de R$ 3 mil. Com a livre concorrência, vamos chegar a um valor entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil cada uma, em um padrão de qualidade até melhor que as atuais. Um exemplo é que com esta padronização [utilização do calibre 9mm], os profissionais podem até emprestar munição para um colega durante um confronto, caso seja necessário”, explicou o major.
 
Paccola ainda comentou que “dizer que tal calibre falha é uma falácia. O que falha é uma série de fatores: modelo, fabricante, projeto, entre outros. Não existe isto que a .40 dá mais problemas que a 9mm. Isto é uma falácia que se criou, principalmente na mídia e que não é uma verdade absoluta”.
 
Curiosamente, no fim do ano passado, o major denunciou em suas redes sociais alguns problemas referentes à pistola PT 840, da Taurus. Quando acionada, a arma por diversas vezes não disparou, mesmo estando destravada. Para mostrar a falha, ele utilizou uma caneta no cano da pistola.
 
A arma disparou na primeira tentativa, falhou nas outras duas e voltou a funcionar na quarta. A falha coloca a vida do policial militar em sério risco.
 
O major acrescenta que “as análises foram feitas em cima de um protocolo que o FBI publicou de um estudo de 30 anos de confronto armado. É uma série de fatores que estabelecemos como itens a serem estudados. Nos testes, ficou muito claro que o calibre 9mm hoje é muito superior ao .40 no que se refere a confronto armado”.
 
A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) deu o start para iniciar a troca do calibre .40 para 9mm nas armas dos profissionais do Estado. A partir de 2018, os equipamentos serão padronizados, o que, segundo o gestor da pasta, Rogers Jarbas, deverá trazer maior segurança e eficiência no combate ao crime. Além disto, ele ainda adiantou que as armas antigas poderão ser adquiridas pelos militares por um preço bem abaixo do mercado.

Em março deste ano, o soldado Fabrício Valdanha, 24 anos, foi a oitava vítima da marca Taurus em Mato Grosso. Ele perdeu um testículo e meio em um disparo acidentel e não poderá ter filhos. Fabrício é casado, mas ainda não é pai. O policial teve de passar por cirurgia, após ser ferido pela pistola.
 
Um dos policiais atingidos, Élcio Leite morreu aos 29 anos, em operação no bairro CPA 3, em Cuiabá. Ele atirou em direção ao suposto criminoso e, como a arma travou, acabou sendo baleado e morto. O problema tem sido recorrente em vários pontos do país. À época, a Taurus lamentou o fato e afirmou que “é necessário realizar perícias para verificar a verdadeira causa do incidente”.
 
No fim do ano passado, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu um procedimento preparatório de inquérito para investigar possíveis falhas em armas da marca Taurus que foram adquiridas pelo Governo do Estado de Mato Grosso. Nas redes sociais, diversos militares têm reclamado dos problemas nos armamentos. Em junho de 2015, foram desembolsados R$ 1,2 milhões para compra dos equipamentos.
 
O procedimento foi instaurado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, que chegou a ficar um ano à frente da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no início do mandato do governador Pedro Taques (PSDB). A investigação tem como objetivo “investigar a notícia de falhas em armas da marca Taurus adquiridas pelo Estado de Mato Grosso”.